Prefeito de Bayeux diz que desistiu da construção de presídio federal após “ouvir o povo”

Agora é definitivo. O prefeito de Bayeux, Berg Lima (Podemos), anunciou que não vai autorizar a construção do presídio federal de segurança máxima na cidade. Ele disse ter tomado a decisão após ouvir a população da cidade. “Escutamos quem mais entende do nosso município, o povo”, ressaltou o gestor, em postagem no seu perfil em uma rede social. Desde que o tema passou a ser discutido, o prefeito é alvo de acusações e pressão nas redes sociais. Ele chegou a fazer uma visita ao Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. A comitiva, que contou com a participação de vereadores da cidade, fez a inspeção para conhecer os prós e contras da instalação de uma unidade carcerária na cidade.

O prefeito chegou a colocar uma enquete no site da prefeitura para ouvir a população. A consulta ficou no ar por algumas semanas, mas também foi alvo de críticas e acusações de manipulação. Pela pesquisa, pelo menos 75% da população era a favor da construção do presídio. “Fizemos várias consultas com comerciantes e populares para saber o que a população de Bayeux achava. Como a contra-partida não foi a contento, decidimos de forma oficial dizer não ao presídio federal”, ressaltou.

Reprodução/Facebook

A construção do presídio federal ocorreria no limite entre os municípios de Bayeux e Santa Rita. A área é próxima à antiga Manzuá, na saída de Bayeux em direção a Natal, no Rio Grande do Norte. O Ministério da Justiça previa a construção de uma unidade com capacidade para 208 presos, entre condenados e provisórios, em quatro pavilhões. Para a escolha do espaço, foram preenchidos 11 requisitos necessários para a construção de um Presídio de Segurança Máxima. Entre eles, estão a distância de até 50 km da unidade para um aeroporto de nível regional, logística e fácil acesso a órgãos públicos como órgãos de segurança e hospitais.

Área onde o presídio deverá ser construído. Imagem: Reprodução/GoogleMaps

Era levado em conta também, para a construção do presídio, a infraestrutura da cidade. Ela é necessária para colaborar com a chegada à unidade e a fácil lotação para os 250 novos agentes federais. O aporte inicial para a construção da obra é de R$ 45 milhões, segundo o Ministério da Justiça. A estimativa dada pelo agente federal de execução penal do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério de Justiça (MJ), Felipe Abath, é que a unidade deixe um aporte de R$ 7 milhões para a cidade que a recebe, em contratos de prestações de serviço, por ano. As informações são do blog do Suetoni Souto Maior.