Por que tanta má vontade? Por que tanta crueldade, Cartaxo?

Após duas tentativas de audiências entre representantes da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), representantes de segmentos sociais, lideranças do Porto do Capim e legisladores da Paraíba (deputados da Assembleia Legislativa da Paraíba e vereadores da Câmara Municipal de João Pessoa), a sociedade continua sem respostas sobre o que acontecerá com a comunidade tradicional do Porto do Capim. 

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O interesse da gestão, pelo visto, é com outros setores da sociedade. Há uma semana atrás, o prefeito Luciano Cartaxo (PV) esteve reunido com representantes do Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e Associação Comercial que, segundo a PMJP, “amaram” o projeto que irá varrer a comunidade ribeirinha do Porto do Capim e cortar suas raízes culturais e históricas com o local. 

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Nesta segunda, a pauta de Cartaxo foi com o trade turístico de João Pessoa. Segundo a narrativa cartaxista, o setor aposta que, nos próximos anos, o turismo na Capital estará “ainda mais fortalecido e atrativo para pessoas de todo o mundo”. Tudo higienizado, tudo bonitinho. Os pobres? Sim, pobres de material, mas ricos de uma vida digna em contato com a natureza, com laços simbióticos com o bioma do local, que voltou a ter mangue e uma lógica sustentável após a instalação da comunidade, que se lasquem!!!!! 

A reunião contou com as presenças do presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Bruno Mesquita; a presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH), Manuelina Hardman; a presidente da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet) na Paraíba, Messina Palmeira; o presidente do Sindicato dos Guias de Turismo (Singtur), Marcus Alencar; e o representante da Associação dos Proprietários de Embarcações de Turismo do Estado da Paraíba (Apetep), Antônio Fernandes. 

Não chega a ser inacreditável, porque tenho 25 anos e já conheço um pouco da humanidade, mas é triste e melancólico que nenhuma destas pessoas tenha a sensibilidade, um olhar para além do lado comercial e do mundo dos negócios. Óbvio, não tem “menino” nessa história, mas já ficou provado por especialistas e estudiosos que se debruçaram sobre o caso que pode existir uma convivência entre o lado humano e o lado do “avanço” empresarial. Por que tanta mal vontade? Por que tanta crueldade, prefeito Luciano Cartaxo?