Poluição na bacia do Rio Gramame será diagnosticada em projeto de pesquisa

O projeto “Proposta para o diagnóstico ambiental das bacias do Gramame e Abiaí, litoral sul do Estado da Paraíba”, produzido pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), foi apresentado ao Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Estado da Paraíba (MPPB), diversos órgãos, associações e empresas privadas, na tarde da quinta-feira, 11 de junho de 2015, na sede do MPF, na capital. A pesquisa, que terá duração de dois anos, vai subsidiar as investigações realizadas pelos Ministérios Públicos sobre o despejo de produtos químicos no leito do Rio Gramame. O estudo também vai analisar a qualidade da água servida em João Pessoa, para verificar se a contaminação detectada no rio também chega às torneiras da capital.

Segundo a professora Ilda Toscano, do Departamento de Química da UFPB, o objetivo do projeto é localizar e identificar todas as fontes de poluição, associando os resultados, as análises físicas e químicas e também ecotoxicológicas, com o uso e ocupação do solo.

“Primeiro, nós vamos começar com estudo do uso e ocupação do solo para identificar qual atividade econômica está sendo desenvolvida naquele local. Vamos coletar amostras de água, sedimentos e da vida aquática, fazer as análises e tentar correlacionar esses resultados com a atividade econômica. Porque só assim a gente vai poder realmente dizer qual indústria ou qual agricultura está poluindo [o rio] com esses compostos”, detalhou a professora.

Conforme o procurador regional dos direitos do cidadão, José Godoy Bezerra de Souza, o passo seguinte é reunir as entidades, principalmente as empresas que se apresentam como parceiras no projeto de recuperação da bacia do Gramame, para viabilizar a execução da pesquisa. “Mas o projeto de recuperação do rio não vai ficar esperando a pesquisa se desenvolver nesses dois anos”, explica o procurador e revela que existem várias frentes de atuação: “Já há trabalhos com empresas para a recuperação, prevenção e compensação por danos ambientais, reuniões com gestores e análises de questões sobre efluentes despejados no rio e resíduos sólidos. A pesquisa é mais uma frente de atuação que começa agora com a apresentação do projeto pela universidade”.

José Godoy também adiantou que as comunidades ribeirinhas não terão que esperar pelo resultado da pesquisa para serem beneficiadas: “Neste momento nós já estamos em discussão com, pelo menos, uma empresa, para que ela apresente projeto de compensação beneficiando essas comunidades. Isso é algo que já vai acontecer nos próximos meses, provavelmente, entre junho e julho deste ano”.