Mulheres políticas paraibanas externaram sua revolta e indignação, através de suas redes sociais, sobre a decisão da Justiça de Santa Catarina de inocentar o empresário André de Camargo Aranha da acusação de estupro contra Maria Ferrer em dezembro de 2018.
A decisão foi proferida na terça-feira (4), pelo juiz Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis.
A vitima acusa o empresário André de Camargo Aranha de tê-la estuprado em dezembro de 2018, em um camarim privado, durante uma festa em um beach club em Jurerê Internacional, em Florianópolis. Ela tinha 21 anos e era virgem.
A secretária de Estado da Mulher e da Diversidade Humana e presidenta do PMN na Paraíba, Lídia Moura, compartilhou a matéria o jornal The Intercept sobre o caso e, para ela, o vídeo da audiência “é o retrato mais cruel da violência contra as mulheres”.
Em um vídeo publicado em suas redes sociais, a vereadora e candidata a reeleição Sandra Marrocos (PT), disse estar indignada com a decisão, mas afirmou que sua indignação será transformada “em luta, resistência e sororidade”.
A candidata a vereadora pelo PCdoB, Gregória Benário, em postagem nas suas redes sociais publicou um texto onde dizia que “estupro culposo NÃO EXISTE! Não é só por Mariana, é por todas as mulheres”.
A também candidata a uma vaga na Câmara Municipal de João Pessoa, Pâmela Bório se manifestou em suas redes sociais, lamentou a decisão no caso de Mariana e disse que “homens maus sempre buscam as brechas para os maus intentos”.
Para a senadora Daniela Ribeiro, a sentença e o tratamento dado a vítima durante a audiência “são estarrecedores”.
Não existe estupro culposo. Não se estupra por negligência ou imprudência.
Essa sentença, bem como o tratamento misógino dado à Mariana Ferrer em audiência remota são estarrecedores, além de desencorajar as denúncias, corrobora com a omissão.
Fere a todas as mulheres!— Daniella Ribeiro (@soudaniella111) November 3, 2020
A deputada estadual Pollyana Dutra, também se posicionou em suas redes sociais sobre o caso e afirmou que “a violência contra a mulher é brutal, real e precisa ser combatida diariamente”.
A deputada estadual Estela Bezerra cobrou um posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre o caso e ressaltou que “o juiz Rudson Marcos criou uma tipologia criminal para naturalizar a prática de estupro no Brasil”.
Já na opinião da deputada estadual Cida Ramos, a cultura do estupro “mata mulheres sistematicamente, violenta seus corpos e moral com a chancela do Estado”.
A deputada estadual Jane Panta, também se posicionou contra a decisão da Justiça de Santa Catarina. Para ela aconteceram “assédios explícitos em pleno julgamento” e ainda salientou que a decisão “abriu precedentes incalculáveis para o futuro da justiça brasileira”.