Polícia Federal prende ex-deputado Rodrigo Rocha Loures em Brasília

Ex-assessor de Temer foi flagrado recebendo mala com R$ 500 mil que, segundo delator da JBS, era propina

O ex-deputado e ex-assessor especial de Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), foi preso preventivamente pela Polícia Federal (PF) em Brasília na manhã deste sábado (3). Rocha Loures perdeu a cadeira de deputado e, consequentemente, o foro privilegiado nessa semana.

Ele era suplente de Osmar Serraglio (PMDB-PR), que foi demitido do Ministério da Justiça e recusou o Ministério da Transparência, reassumindo o cargo de deputado. O pedido de prisão de Rocha Loures foi assinado pelo ministro Edson Fachin do Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de ontem (2) e cumprido nesta manhã.

Rocha Loures ganhou a alcunha de “deputado da mala” ao ser flagrado em vídeo pela PF saindo apressado de uma pizzaria carregando uma mala contendo R$ 500 mil. As imagens fazem parte das delações da JBS, nas quais Michel Temer, Rocha Loures e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) são implicados.

Uma possível prisão do peemedebista já era esperada. A Procuradoria-Geral da República já havia pedido a prisão do peemedebista. Mas, por naquele momento, exercer o mandato de deputado, o suplente de Serraglio só poderia ser preso em flagrante. Com a volta do ex-ministro para a Câmara dos Deputados, Rocha Loures perdeu o foro por prerrogativa de função.

Decisão de Fachin

Na decisão que autorizou a prisão de Rocha Loures, Fachin disse que só não havia determinado a medida anteriormente por conta do mandato parlamentar à época exercido pelo ex-assessor de Temer. Ele disse, porém, que já considerava a prisão “imprescindível” para interromper o cometimento de crimes.

No despacho, o ministro Fachin considerou “gravíssima” a conduta do ex-assessor do presidente. “O agente aqui envolvido teria encontrado lassidão em seus freios inibitórios e prosseguiriam aprofundando métodos nefastos de autofinanciamento em troca de algo que não lhe pertence, que é o patrimônio público”.