Polícia apreende segundo suspeito de assassinar a estudante Meirilane Taís

Um segundo adolescente suspeito de envolvimento na morte da universitária Meirylane Taís da Silva (foto), de 19 anos, ocorrido na noite da quarta-feira (15), foi apreendido na noite desta sexta-feira (17), em João Pessoa. Segundo a Polícia Militar, equipes passaram mais de 12 horas fazendo buscas na comunidade do Porto do Capim, no bairro do Varadouro, onde ele foi encontrado.

O corpo da universitária, que foi morta no bairro do Tambiá, foi enterrado no início da noite desta quinta-feira (16), no cemitério Boa Morte, em Itabaiana, cidade onde a jovem morava com a família. O velório aconteceu durante a tarde na Rosa Master. A cerimônia foi reservada à família, mas amigos, policiais miliares e outras pessoas também foram homenagear a jovem.

Ele foi levado a Central de Polícia Civil, no bairro do Geisel. De acordo com informações da Polícia Militar, o suspeito tinha sido apreendido há três meses, na mesma comunidade, por roubar uma arma.

Também nesta sexta-feira, o primeiro adolescente, de 17 anos, suspeito foi apreendido em uma vila no bairro do Roger, também na capital. Segundo a Polícia Militar, ele confessou que guiava a moto e contou que o crime foi cometido porque eles queriam dinheiro para ir a uma festa.

De acordo com o capitão Isaías Souza, da 3ª Companhia do 1º Batalhão, que coordenou as buscas, o jovem disse estava com um amigo, e foi chamado para pilotar a moto. “O adolescente contou que eles estavam atrás de dinheiro para ir a uma festa, aí disse que quando passaram pela jovem, o garupa mandou que ele voltasse para roubar o celular dela e que só escutou o disparo, tendo questionado momento depois da fuga, se ele tinha matado a garota”, disse.

Ainda segundo a polícia, o suspeito de atirar na universitária mora no Porto do Capim, no Varadouro, em João Pessoa, onde a PM realiza buscas para encontrá-lo. O jovem detido foi levado para a Central de Polícia Civil. O segundo suspeito não foi detido até as 15h40 (horário local).

Entenda o caso

Meirylane foi morta após ser abordada por dois homens em uma motocicleta branca, na esquina da Rua Deputado Barreto Sobrinho com a Avelino Cunha. De acordo com a Polícia Militar, a universitária estava indo a uma padaria que fica próxima à faculdade lanchar com uma amiga quando foi abordada. Ela viajava todos os dias de Itabaiana para João Pessoa com o objetivo de estudar.

Pai pede lei mais rígida

O pai de Meirylane, João Batista Silva, é policial militar e disse que não esperava que fosse lidar com a morte dentro da própria família.

“A gente nunca espera que vai acontecer com a gente, mas vê a fragilidade, fica surpreso e com medo dessa sociedade. Como pai, tenho pena deles, mas como policial, peço que a lei seja mais rígida”, disse.

Lotado no 3º Batalhão de Polícia Militar em Itabaiana, o sargento B. Silva, como é conhecido, explicou em entrevista à rádio CBN João Pessoa, que foi informado do crime pelo motorista do ônibus escolar que levava a filha dele todos os dias de Itabaiana, no Agreste paraibano, para Faculdade Internacional da Paraíba (FPB), onde ela cursava Biomedicina.

O sargento B. Silva conversou com a amiga da filha, que testemunhou parte do crime. “Ela contou que percebeu quando os dois homens na moto fizeram a volta. Ela chegou a gritar para minha filha correr, mas não deu tempo. A amiga conseguiu pedir ajuda, mas quando chamou um senhor perto da faculdade, ouviu o disparo”, relatou.

De acordo com o pai da estudante, os assaltantes conseguiram levar a bolsa da filha, mas o relógio ficou preso ao pulso da jovem, desabotoado.

“Eles não levaram o celular porque eu já tinha orientado ela para não andar com o celular exposto, nem dentro da bolsa. Acredito que pelo estado [de nervosismo], por não conseguirem tirar o relógio, deram um tiro no ouvido da minha filha”, explicou o policial militar pai da vítima.

Ainda de acordo com o sargento B.Silva, além de Biomedicina em João Pessoa, a Meirylane Thaís estava concluindo o curso técnico de Radiologia em Itabaiana e fazia estágio no hospital regional da cidade. “Quando saia do hospital, ela pegava o ônibus às 16h e seguia para João Pessoa e só voltava de meia-noite, todos os dias”, relembrou a rotina da filha.

O policial militar comentou que está recebendo a solidariedade dos colegas e pede que a população ajude com a investigação, no caso de alguém ter alguma informação, entrando em contato com a polícia pelo disque-denúncia. “Queremos que as Polícias Militar e Civil elucidem mais rápido o caso, mas é preciso que as leis sejam mais rígidas, para que os que cometem crimes, tenham medo, que a violência não seja tão facilitada”, concluiu.

Solidariedade e luto pela perda

A FPB informou por meio de nota que, por conta da morte da aluna, suspendeu as aulas nos três turnos nesta quinta-feira (16). Uma calourada que estava marcada para a sexta-feira (17) foi cancelada pela faculdade diante da consternação da comunidade estudantil. As aulas serão retomadas na sexta-feira. Ainda em nota, a instituição “lamenta profundamente o falecimento da aluna, tão jovem, vítima da violência.  A instituição se solidarizou com à família e  se colocou à disposição para ajudar as autoridades no que for necessário para as investigações”. As informações são do G1.