Polícia apreende fogos, celulares e cofre em chácara de grupos extremistas de apoio a Bolsonaro

Operação foi coordenada pelos policiais da divisão especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor)

A Polícia Civil do Distrito Federal apreendeu, neste domingo (21), fogos de artifício, anotações com planejamento de ações e discursos, cartazes, celulares e um cofre em uma chácara usada por três grupos de extremistas que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A propriedade fica na região de Arniqueira, a cerca de 20 quilômetros da Praça dos Três Poderes.

A operação foi coordenada pelos policiais da divisão especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor). Segundo o delegado Leonardo Castro, responsável pelo cumprimento do mandado de busca e apreensão, a ação corre paralelamente ao inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), que apura atos antidemocráticos.

O mandado de busca foi concedido na noite de sexta-feira (19) pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF). O delegado explicou que os integrantes dos grupos são investigados por milícia privada, ameaças e porte de armas. Ninguém foi preso.

Operação da Polícia Civil contra grupos de extremistas no Distrito Federal — Foto: Arte G1

Operação da Polícia Civil contra grupos de extremistas no Distrito Federal — Foto: Arte G1

Ainda de acordo com a Cecor, há duas casas na chácara. “Elas eram usadas como base de apoio dos grupos”, informou Castro.

O imóvel tem câmeras de segurança que cobrem toda a sua extensão. Ainda conforme o delegado, havia barracas instaladas no terreno e dois hóspedes na casa.

A polícia disse que eles são de outros estados e que estavam na capital federal para participar de atos de apoio ao governo Bolsonaro. No entanto, não informou de onde vieram os dois homens.

Polícia Civil durante mandado em chácara de grupos extremistas de apoio ao presidente Bolsonaro, no DF — Foto: PCDF/Divulgação

Polícia Civil durante mandado em chácara de grupos extremistas de apoio ao presidente Bolsonaro, no DF — Foto: PCDF/Divulgação

Chefe de um dos grupos está na Penitenciária Feminina do DF

A chefe de um dos grupos de extrema-direita que estavam concentrados na chácara de Arniqueiras, Sara Giromini, está presa desde o início da semana passada por ordem do ministro Alexandre de Morais, do Supremo Tribunal Federal (STF).

 

A apoiadora do presidente Jair Bolsonaro Sara Giromini defende o armamento da população e já publicou nas redes sociais fotos com revólveres — Foto: Reprodução/Twitter

A apoiadora do presidente Jair Bolsonaro Sara Giromini defende o armamento da população e já publicou nas redes sociais fotos com revólveres — Foto: Reprodução/Twitter

O ministro determinou a prisão como parte das investigações do inquérito – aberto a pedido da Procuradoria Geral da República – que apura a organização e o financiamento de atos antidemocráticos. Um dos elementos que pesam contra o grupo de Sara é a movimentação pela captação de recursos, inclusive, a partir de uma vaquinha online para financiar as ações.

Além de Sara, outras cinco pessoas tiveram a prisão provisória prorrogada com base na investigação sobre atos antidemocráticos praticados em Brasília.

Do G1.