Plenário discute pedido de audiência para tratar de greve na Educação em JP

Os parlamentares da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) votaram 130 requerimentos durante a sessão ordinária realizada na manhã desta terça-feira (24), no Plenário Senador Humberto Lucena. Apenas uma matéria do vereador Lucas de Brito (DEM) não foi aprovada, a qual solicitava a realização de uma audiência pública esta semana, na Casa Napoleão Laureano, para debater a situação da Educação no Município e as reivindicações dos profissionais da rede pública de ensino, que estão em greve desde o dia 16 de março.

O autor do requerimento defendeu a necessidade de ampliar o debate e dar voz aos professores, que pedem reajuste salarial de 16%, enquanto a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) oferece apenas 3% de aumento. Lucas de Brito justificou: “O que esses trabalhadores pedem é que o microfone da Câmara de João Pessoa, que é público, seja disponibilizado para que eles defendam e lutem por seus direitos”.

Os vereadores Raoni Mendes (PDT) e Renato Martins (PSB) também argumentaram pela aprovação da matéria. “A educação deve ser uma área prioritária, e estamos em um momento de greve, o que torna a situação ainda mais delicada. Defender a educação é respeitar os professores, que votaram em assembleia pela paralisação, realizaram manifestações legítimas nos últimos dias e vieram hoje cedo a esta Casa para cobrar de forma ordeira melhorias para a categoria”, disse Renato Martins.

O líder oposicionista Raoni Mendes avaliou que a mesa de negociação da PMJP não tem permitido o debate com os profissionais da Educação de João Pessoa. “Eles poderiam ter chamado a categoria desde o ano passado, mas não fizeram. Agora, são 60 mil alunos que estão sem aulas”, lamentou.

Já o líder da bancada governista na CMJP, vereador Marco Antônio (PPS), esclareceu que o Executivo Municipal realizou, na noite desta segunda-feira (23), uma reunião com o comando de greve para oferecer uma contraproposta, que será avaliada pela categoria em nova assembleia nos próximos dias. Ele sugeriu que se aguarde a análise da oferta de negociação para só então realizar ou não uma discussão na Casa. “Também é importante salientar que já está prevista uma audiência pública neste Plenário, no próximo dia 2 de abril, para tratar de questões relacionadas à Educação com a gestora municipal, e essa pauta poderá muito bem ser incluída no debate”, observou.

Após a deliberação dos parlamentares, apenas Lucas de Brito, Raoni Mendes e Renato Martins votaram pela aprovação do requerimento, sendo a sugestão da audiência pública, portanto, não acatada pela maioria presente no Plenário. As demais matérias aprovadas reivindicavam, em sua maioria, melhorias de infraestrutura para diversas localidades da Capital.