Planetário do Espaço Cultural proporciona aos visitantes uma viagem espacial

PlanetárioApós sentarmos literalmente nas cadeiras de uma das salas de cinema mais antigas de João Pessoa – o Cine Bangüê -, hoje a série “Espaços do Espaço Cultural” fará mais um embarque, porém para um destino bem mais distante. Ao sairmos do solo e chegarmos à atmosfera terrestre, os tripulantes da nave poderão ver as constelações, planetas, estrelas e descobrir um pouco mais sobre conhecimento básico da astronomia. A reportagem convida você a apertar os cintos e se preparar porque a contagem regressiva já irá começar e nosso foguete vai ser lançado ao nosso próximo destino – o Planetário do Espaço Cultural.

Com 33 anos de existência, o planetário já recebeu mais de um milhão e meio de espectadores. Se formos fazer os cálculos são exatamente 30 mil pessoas por ano. Sendo um dos poucos planetários que ainda funcionam no Brasil, ele comporta 104 pessoas e está entre os 45 que existem no País.

Segundo o coordenador do equipamento Damião Carvalho, no planetário podemos encontrar um excelente momento de lazer e entretenimento cultural voltado para as maravilhas do universo.

O equipamento é um ambiente onde se transmite conhecimentos básicos de astronomia. Além disso, suas sessões duram em média 30 minutos. Já as sessões escolares duram mais um pouco por serem didático-pedagógicas.

“Sua função principal é transmitir conhecimento básico de astronomia. O céu que é mostrado aqui é muito fiel ao céu real. Projetamos o céu estrelado com cerca de seis mil estrelas, algo raro de ser observado a olho nu hoje em dia, devido à iluminação das grandes cidades”, descreveu Damião um pouco do que os visitantes, em geral escolas, veem dentro da cúpula astronômica.

Além da reprodução fiel do céu dita acima, as sessões são regidas por um programa muito atual que fala sobre os “exoplanetas”, que na verdade são planetas descobertos fora do sistema solar. Há igualmente outros programas que são passados de acordo com a faixa etária, com o mesmo conteúdo, mas contados com linguagens diferenciadas. “Oferecemos um aprendizado prático e teórico nas sessões escolares acrescentando conteúdos sobre a ciência do universo”, disse Carvalho.

Para a estudante do 5ª ano, Lívia Tavares, da Escola Santa Emília, do município de Olinda, a expectativa para conhecer mais sobre o nosso universo é grande. Além disso, Lívia disse ainda que está muito ansiosa para entrar na sala. “É a primeira vez que venho até o planetário e estou muito feliz, porque estou vindo com meus colegas da escola. Vou contar para todos de Olinda como foi a visita”, comentou eufórica a estudante Lívia Tavares.

Por outro lado, a estudante do 6º ano Joice Kelly, da Escola Estadual Maria Augusto, do município de Campina Grande, achou interessante porque nunca havia visto o quão vasto pode ser o nosso sistema solar. “Foi muito bom aprender ainda mais sobre o nosso planeta e os diversos mundos que existem no universo”, relatou contente a estudante.

A tecnologia utilizada no equipamento é a Space Master analógico com sistema óptico mecânico existente no Brasil ainda em funcionamento, um dos raros exemplares do tipo na verdade.

Para se ter ideia, em todo o país existem apenas quatro, que estão nas cidades de João Pessoa, Goiânia, Porto Alegre e Brasília. “Nosso planetário é o único com essa atividade na nossa região”, completou o coordenador.

 

A diretora da Escola Estadual Maria Agusto disse que a oportunidade em trazer os alunos é de grande valia, porque muitos dos alunos não conhecem o local e por ter alguns que são do interior eles não têm contato com os equipamentos.

“A importância maior é o aprendizado, porque na escola ensinamos a teoria, mas vindo até aqui é possível mostrar como funcionam as coisas, ou seja, mostramos a prática e isso pra vida dos alunos é de grande valia”, completou a diretora.

O primeiro planetário do Norte e Nordeste foi instalado ainda no ano de fundação do Espaço Cultural, no dia 18 de junho de 1982. Seu trajeto até a Praça do Povo foi longo. O equipamento que possibilita o estudo da astronomia chegou ao Brasil através de uma dívida alemã, devido à aquisição de café, produto bastante exportado pelo nosso país na época. Para quitar a dívida, a Alemanha enviou alguns equipamentos de alta tecnologia. Um deles foi o Planetário, que a princípio deveria ser enviado ao Estado de Pernambuco.

“Estou no Planetário desde 1985 após um bom período de mais de 10 anos no Observatório Astronômico da Paraíba. Atualmente, estou como coordenador do Planetário integrando a equipe de técnico planetarista com a função de administrar e receber as escolas e o público em geral exibindo as sessões e contribuindo para a divulgação da Astronomia em nossa região, visto que, atendemos não só a Paraíba, mas também os vizinhos estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte”, contou em detalhes um pouco da sua relação com o equipamento o coordenador Damião Carvalho.

Além do planetário, uma atividade que funciona paralelamente a ele é a Estação Ciência da Funesc. Existente desde 1991, o equipamento se propõe a despertar o pensamento científico dos visitantes, que são em sua maioria crianças.

Assim funciona a visita: com a chegada da escola, é feita uma explanação geral no espaço anexo e grupos são divididos e acompanhados por monitores de cada área, tendo o cuidado de explanar em uma linguagem acessível a cada nível escolar. “Muitos dos espaços são interativos. Mas no laboratório de química, alunos não podem manejar os equipamentos, há o monitor fazendo as explicações e experiências. O laboratório de elétrica recebe visitas apenas de alunos do ensino médio”, afirma Márcio Londres.

Como marcar uma visita

O público interessado em participar das atividades deve atentar a sua forma de funcionamento. Para visitas ao Planetário, grupos escolares devem realizar agendamento prévio pelos números (83) 98760-1330, (83) 3211-6263, (83) 3211-6294 ou (83) 3211-6207. As visitas escolares acontecem às terças e quintas, às 9h, 10h, 15h e 16h. Aos sábados e domingos, o espaço é aberto ao público em geral, com sessões às 17h, com ingresso nos valores de R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia-entrada).

Já na Estação Ciência, o procedimento é similar funcionando por meio de agendamento e visitas gratuitas, das 8h às 12h e das 14h às 16h. Escolas ou grupos podem também realizar visitas integradas, permitindo a ocupação das várias unidades dentro do Espaço Cultural, proporcionando aos estudantes e interessados um tour que se estende à Galeria Archidy Picado, Museu José Lins do Rego e Biblioteca Juarez da Gama Batista.

*Por Lucas Silva – Especial para o Jornal A União