Em busca de evitar uma situação constrangedora no Congresso Nacional e com a sociedade brasileira, o Governo Federal busca cortar o orçamento de diversos setores para não estourar o teto de gastos.
Contudo, segundo a economista Miriam Leitão, um dos setores cortados pelo Governo foi a parte de tecnologia do Banco Central do Brasil, colocando desta forma em risco o funcionamento do PIX.
O sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central é operado e mantido pelo BC, ao contrário das transações de TED e DOC. Contudo, segundo a economista, sem orçamento o BC não teria dinheiro para bancar a operação do sistema.
“O orçamento corta todo o dinheiro da área de tecnologia do Banco Central. Está zerado. Se não for reconstituída esta despesa, não há como rodar o Pix. Este novo sistema de pagamento que impulsionou as transações em tempo real no Brasil vai ter que parar”, disse a economista.
Miriam argumenta, entretanto, que o Governo busca realizar manobras para evitar problemas com os gastos públicos, entre elas, a possível edição de uma PEC que tiraria certas despesas do teto de gastos do governo.
O Banco Central ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Possibilidade é remota
Especialistas do setor bancário ouvidos pelo Cointelegraph acreditam que a possibilidade de uma paralisação do PIX por falta de pagamento é remota.
Eles argumentam que o PIX é o grande projeto do BC e faz parte da agenda de inovação da instituição o que justificaria um remanejamento de recursos.
Além disso, o PIX não é 100% gratuito para os bancos que já pagam uma taxa de R$ 0,01 para cada 10 transações. Taxa cobrada para cobrir os custos operacionais do sistema.
“O PIX já responde por mais de 60% de todas as transações feitas pelos brasileiros e o BC já estudo emitir um CBDC para o país em busca de digializar o dinheiro para reduzir o custo deste ecossistema da moeda. Portanto, uma possível paralisação no PIX por falta de verba está completamente descartada. Isso não passa de especulação e de quem não conhece de orçamento público e muito menos do PIX que já tem grande parte de seu custo subsidiado pelos iniciadores de pagamento”, disse uma fonte do BC que pediu para não ser revelado.