Um dos piores secretários de Saúde da história de João Pessoa, Adalberto Fulgêncio, está com dias contados no cargo. Não porque Luciano Cartaxo (PV) constatou o óbvio (sua incompetência gigantesca) e resolveu exonerá-lo. Aliás, a permanência de Fulgêncio naquela que provavelmente é a principal pasta de qualquer administração pública por mais de sete anos é um mistério. Talvez o vazamento de áudios no qual o auxiliar negocia propinas para a campanha eleitoral de 2018, na qual o irmão de Cartaxo foi candidato a governador, forneça algumas pistas sobre a sua blindagem.
Após uma gestão caótica, marcada por interdições em blocos cirúrgicos do Trauminha de João Pessoa, além de denúncias de superlotação (com acompanhantes usando cadeiras de praia e de plástico para prestar auxílio aos seus parentes), mofo nas paredes, baratas circulando pelo corredores da unidade de saúde e ar condicionados quebrados; interdições de unidades de saúde da Capital e desabastecimento de remédios nas farmácias do Sistema Único de Saúde (SUS), Adalberto se convenceu de que está pronto para dar um salto maior na sua carreira pública: ser vereador de João Pessoa.
Sem a máquina pública para mobilizar servidores para a campanha eleitoral, como fez em eleições passadas, em prol de Lucélio Cartaxo e Zennedy Bezerra, o natural é que Adalberto tenha uma votação minúscula e passe longe de uma vaga na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP).
Se assim for, o alívio será duplo, já que os pessoenses se verão livres de um péssimo secretário e de um provável péssimo vereador. Falta torcer para que o novo prefeito da Capital, seja do grupo Cartaxo ou não, não se apegue a uma suposta habilidade de articulação política de Fulgêncio (razão tida nos bastidores para a sua permanência em cargos importantes, a despeito da incompetência como gestor) para colocá-lo novamente em um cargo público, poupando assim o valoroso dinheiro dos nossos impostos.
Mas, se for o caso de voltar a alguma gestão, façamos o apelo para que o administrador tenha o bom senso de o colocar em uma pasta que não envolva vidas, como saúde, educação, mobilidade urbana… Uma chefia de gabinete ou articulação política está de bom tamanho. Aliás, a estatura de Fulgêncio como homem público não lhe deveria garantir nem um cargo em comissão para bajular o grupo político vigente.