Pedro Cunha Lima ataca João, mas o alvo hoje da operação foram os seus três primos

Em sua postagem, o parlamentar não chegou a citar os Cunha Lima que tiveram seus nomes citados nessa fase da investigação realizada pela Polícia Federal

O deputado federal, Pedro Cunha Lima (PSDB) usou suas redes sociais, nesta terça-feira (27), para acusar o governador do Estado, João Azevêdo (Cidadania) de ser o maior beneficiado do esquema de corrupção investigado pela Operação Calvário, apesar da Policia Federal ter negado que o chefe do Executivo da Paraíba tenha sido alvo dessa fase da investigação.

Veja postagem de Pedro Cunha Lima em suas redes sociais

Porém, ao que parece, o tucano, direcionou os ataques a João Azevêdo, para tentar desviar a atenção dos membros da sua família que foram alvos dessa fase da Calvário. Em sua postagem, Pedro não chegou a citar os Cunha Lima que tiveram seus nomes citados nessa fase da investigação realizada pela Polícia Federal.

O conselheiro Arthur Cunha Lima, o empresário Lúcio Paredes Cunha Lima e o ex-deputado Arthur Cunha Lima Filho, todos são alvos da Calvário e primos do pai de Pedro, o senador e ex-governador Cássio Cunha Lima, que teve seu mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) sob a acusação de ter distribuído 35 mil cheques a cidadãos carentes durante a campanha eleitoral de 2006, por meio de programa assistencial da Fundação Ação Comunitária (FAC), vinculada ao governo estadual. Segundo a denúncia, os cheques totalizam cerca de R$ 4 milhões.

Cássio Cunha Lima também foi o principal beneficiário do esquema de compra de votos, nas eleições de 2006, que ficou popularmente conhecida como o episódio do “dinheiro voador”. Na antevéspera do segundo turno das eleições, fiscais da Justiça Eleitoral compareceram ao Edifício Concorde, localizado na Avenida Epitácio Pessoa, em João Pessoa, com o intuito de verificar a denúncia de distribuição de dinheiro para compra de votos. Ao se dirigirem ao local indicado, precisamente à sala 103, o proprietário do imóvel, Olavo Cruz de Lira, não impediu que os fiscais adentrassem ao estabelecimento.

No entanto, quando estavam deixando o prédio, os fiscais da Justiça Eleitoral foram informados por populares que alguém da sala 103 havia jogado alguns materiais para fora da janela, que acabaram caindo no telhado de proteção do estacionamento externo do Edifício Concorde. Depois disso, a Polícia Federal foi acionada.

Ao subirem ao telhado do estacionamento, fiscais da Justiça Eleitoral e agentes da Polícia Federal encontraram uma caixa e um saco contendo várias contas de água e energia elétrica quitadas, títulos eleitorais, camisetas amarelas, além de vários maços de cédulas de R$ 50,00, totalizando R$ 304.050,00.

Dois dias após, ao cumprirem mandado de busca e apreensão na sala 103 do Edifício Concorde, policiais federais apreenderam mais R$ 102.870,00 em espécie, uma pistola Calibre 380, computador, notebook, contas de água e energia, material de propaganda eleitoral e várias notas de controle de combustível. As duas apreensões em dinheiro totalizam, à época, R$ 406.920,00.