O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) divulgou, na manhã desta terça-feira (24), uma nota oficial sobre a investigação envolvendo o atual prefeito de Bayeux, Luiz Antônio Alvino, que teria sido flagrado em vídeo, negociando propina com um empresário da região. Em seu posicionamento, o Gaeco informa que já vem investigando o fato, há mais de um mês, e que os eventuais crimes cometidos pelo prefeito interino não invalidam os praticados pelo prefeito afastado, Berg Lima. Segue a nota na íntegra:

NOTA OFICIAL DO GAECO

Diante a divulgação de um vídeo em que, supostamente, o atual prefeito da cidade de Bayeux aparece tecendo comentários a respeito de fatos investigados pelo Ministério Público da Paraíba, este órgão vem a público esclarecer:

1 – Os fatos veiculados no vídeo divulgado hoje já são objeto de investigação há mais de um mês;

2 – Os fatos investigados e que tiveram como alvo o ex-prefeito da cidade, réu na ação penal proposta por este parquet, jamais tiveram qualquer relação com as supostas “negociatas” divulgadas hoje; nem tampouco as investigações do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) tiveram qualquer interferência ou apoio de agentes políticos – quaisquer que sejam eles;

3 – O MPPB ressalta que em crimes desta natureza, os quais envolvem pessoas empoderadas, pertencentes a grupos políticos, é recorrente a adoção de teses criativas, que transbordam o ambiente jurídico e buscam tão somente desvirtuar a verdade e encontrar mecanismos para fugir do alcance da Justiça, eis os exemplos das defesas dos investigados na Operação Lava Jato e outras operações contra a corrupção realizadas no Brasil;

4 – O que inegavelmente aflora, com a divulgação do vídeo hoje, é uma guerra política em correntes adversárias tendo em perspectiva as eleições de 2018. Neste particular, o MPPB reafirma sua serenidade em digerir adequadamente os fatos, de forma a inexistir qualquer confusão entre os universos jurídico e político, pela completa impossibilidade de convivência. Dito de outra forma: o MPPB não tem qualquer interesse em fomentar ou interferir na “guerra política” travada no município, mas tão somente apurar os fatos criminosos que, porventura, os agentes tenham praticado, quaisquer que sejam eles;

5 – É preciso ressaltar que eventuais delitos cometidos pelo atual prefeito não impactam os crimes praticados pelo prefeito afastado. As teses jurídicas serão esgrimidas em ambiente próprio;

6 – Por fim, o MPPB reafirma o seu compromisso de continuar sua missão como fiel guardião da lei e fiscal da aplicação correta do dinheiro público, nos 223 municípios da Paraíba, agindo sempre com base em dados técnicos e fatos verossímeis, sem qualquer interferência política ou de outra ordem.