Paulino diz que Manoel Jr será coerente em não ajudar golpe ‘tramado por Cunha’

O deputado estadual Raniery Paulino (PMDB), em entrevista ao Paraíba Já, lamenta a conduta, do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), definida por ele como “chantagista”. O parlamentar faz também comentários gerais sobre o processo e sobre a atuação do colega de partido, Manoel Junior.

Raniery acredita que a motivação do presidente Cunha se deu pelo fato de ele se sentir “acuado”. “É lamentável. Eu não acho que algo de tamanha gravidade apenas pode estar em pauta do que se é feito de acordo com a vontade ou não do presidente da Câmara. Eu tenho lamentado a postura do presidente, os fundamentos do impeachment é outra questão, podem ser analisados. Eu não acho que tenha fundamentação, neste pedido sobretudo. Mas a forma como se foi colocada foi lamentável, o Brasil não pode passar por esse tipo de política. Foi uma forma de querer chantagear o poder executivo federal”, afirma.

O deputado comenta também sobre a reação do deputado Manoel Junior, membro do Conselho de Ética e indicado como ministro no Governo da presidenta Dilma. “Eu não vi declarações ainda do deputado Manoel Junior, mas me parece que ele tem essa relação muito íntima e fraterna com o presidente Cunha, que eu particularmente não teria. Mas com relação ao impeachment, eu ainda não vi nenhuma fala do deputado Manoel Junior. Ele é um homem inteligente, vai saber tomar o posicionamento correto e coerente com relação a sua vida e seu partido, e sobretudo não vai participar de um golpe que está sendo tramado pelo presidente Eduardo Cunha”, revela.

Questionado sobre o adiamento do processo contra o presidente Cunha e a celeridade do impeachment, o deputado se pronuncia. “O que eu tenho visto é o PT querendo agilidade para que não ganhe massa, mobilização nacional. E Eduardo Cunha talvez não queira pressa alguma no processo dele. Vou dar minha aposta como leigo, acho que Cunha cai primeiro que Dilma. Se Dilma cair, acho que ele vai perder a cabeça primeiro, pela forma que ele tratado o parlamento, a forma que tem pautado. Eu lamento muito essas atitudes”.

Sobre o a carta do vice presidente Michel Temer, Raniery afirma que foi bem escrita. “A carta foi muito bem escrita, só talvez não no momento certo, num momento tão delicado. Talvez ele tivesse registrado isso com mais antecedência, mas a carta foi bem escrita, bem fundamentada, coerente com a realidade. Mas me parece que foi o próprio governo que fez a divulgação”, ressalta.