Faltando praticamente um mês para abertura da ‘janela partidária’ muitos partidos na Paraíba intensificam o processo de articulação para manter seus quadros e até mesmo ampliá-los com objetivo de chegar ao processo eleitoral fortalecidos. Entre as legendas, o que mais trabalha para manter os filiados, principalmente com mandatos, é o MDB, comandado pelo senador José Maranhão. Por outro lado, ele também atua para conseguir novas aquisições para sigla.

Maranhão tem sofrido pressão por parte de diversos emedebistas pela sua colocação como pré-candidato ao Governo da Paraíba. Por conta disso, os integrantes temem que a legenda não receba apoio de outras siglas e assim, não consiga formar uma chapa proporcional forte que garanta a eleição e até a reeleição de alguns.

O senador chegou a reunir os deputados estaduais e federais da legenda para uma conversa sobre a permanência deles na sigla. Durante o encontro, ele garantiu que está buscando apoios a sua pré-candidatura e afirmou ter conversas adiantadas com partidos como o PSC, PHS e PR.

No MDB existe a possibilidade de saída dos deputados estaduais Nabor Wanderley e Jullys Roberto e dos federais Veneziano Vital do Rêgo e Hugo Motta. Eles também estariam insatisfeitos com o lançamento da pré-candidatura do senador ao Governo do Estado, quando gostariam de levar o partido para apoiar a pré-candidatura do PSB, comandada pelo governador Ricardo Coutinho.

O senador José Maranhão chegou a dizer que não existe insatisfação no partido e muito menos o desejo de filiados em deixar a legenda. “As pessoas acusadas por isso são os deputados Nabor e Hugo Motta. Os dois disseram que é mentira. Usaram até essa expressão, mentira, que é muito forte, para dizer que não estão de acordo com este tipo de especulação”, revelou o senador.

Maranhão disse ainda que não tem nenhuma inflexibilidade sobre candidaturas. Ele explicou que foi a Executiva Estadual que, em março do ano passado, o indicou como candidato a governador do Estado e que todos fizeram apelo para que ele aceitasse. “E eu aceitei. Agora, quem decide sobre candidaturas é o povo”, afirmou.

Sobre uma possível aliança com o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD), o senador disse que não é descartada essa possibilidade. Ela acredita que o gestor pode retribuir apoios passados.

“É legítimo o MDB esperar uma aliança, até em retribuição aos apoios que o MDB já deu em outras oportunidades ao prefeito Luciano. E essa relação não pode ser unilateral, né”, indagou Maranhão na esperança do apoio.

Fortalecimento . O senador José Maranhão revelou também que já mantém conversas com algumas lideranças sobre filiações. Entre os cobiçados estão o deputado estadual João Henrique e a ex-prefeita de Monteiro, Edna Henrique, além do suplente de deputado Guilherme Almeida.

Apoio

Os deputados estaduais e federais deram um prazo para que Maranhão apresente número de partidos.

Chegada aos 223 municípios da Paraíba

Na busca por fortalecer a legenda para as eleições deste ano e garantir a votação necessária para se livrar da Cláusula de Barreira, o presidente estadual do PHS, Benjamin Paiva, mantém diálogos com políticos e lideranças de todo o Estado. O objetivo do dirigente partidário é implementar diretórios aos 223 municípios antes das eleições de outubro.

“Estamos conversando com as pessoas e buscando novas filiações para as eleições deste ano. Temos como certa a filiação de pelo menos três políticos com mandatos até o mês de abril, quando abre o prazo da janela partidária”, revelou o presidente.

Benjamin Paiva disse ainda que mantém as conversas com outras lideranças para se filiarem ao partido. Ele revelou ainda que a legenda já fechou questão com a pré-candidatura do senador José Maranhão do Governo do Estado. “Conversamos e iremos apoiar o senador nas eleições deste ano. Estive com ele em Brasília e conversamos sobre o processo de aliança e a confirmação do apoio”, destacou.

Assim como o PPS, o PHS também tem regras para aceitar filiações de políticos com mandatos. “É preciso dar chances as pessoas que não tem mandato e por isso analisamos caso a caso. Recebemos muitos deputados estaduais que estão em busca de uma nova legenda e estamos conversando sobre isso. Até abril informaremos a nossa decisão”, disse.

Quem também corre para buscar novos filiados é o presidente estadual do PSD, Rômulo Gouveia. Ele revelou que está percorrendo todo o estado conversando com lideranças e apresentando o projeto do PSD para as eleições deste ano.

“Estamos sempre em busca de fortalecer a legenda com novos filiados. É preciso fazer essas composições para garantir candidaturas competitivas, principalmente em ano eleitoral”, afirmou Gouveia.

Prioridade para a proporcional

Uma reunião realizada na sede do PRTB definiu, pelo menos por enquanto, a aliança de seis partidos antes mesmo do prazo final de filiações de 7 de abril. Os presidentes das legendas decidiram marchar juntos para disputar as eleições de deputados estadual e federal nas eleições de outubro.

Além do PRTB, estiveram presentes na reunião dirigentes do PPS, Rede, PV, DEM e Podemos. Os seis partidos juntos já somam mais de 70 candidatos a Assembleia e em torno de 20 nomes para a Câmara Federal. Algumas dessas legendas farão aliança apenas no âmbito estadual e outras para o Congresso Nacional.

O presidente do PRTB, Fábio Carneiro, disse que a decisão destas legendas em se unirem desde já “passa uma segurança a todos os candidatos que já estão filiados e os que ainda estão procurando coligações que ofereçam a possibilidade de se competir em boas condições de competitividade”.

Já o vice-presidente do PPS, Ronaldo Guerra, defendeu que essas seis legendas passem a atuar como se fossem um único partido a partir desta reunião. Um dos coordenadores da Rede presentes à reunião, Gerson Vasconcelos, disse que este grupo de partidos precisa estar aberto também a outras legendas que venham somar e tenham o mesmo perfil, podendo a aliança ser feita separadamente para deputado federal e para os que pleiteiam um mandato no legislativo estadual.

PRB busca apoio

O presidente estadual do PRB, Jutay Meneses, está trabalhando para garantir o fortalecimento da legenda para o pleito deste ano. Pré-candidato a deputado federal, ele aposta em novas filiações que possam garantir o sucesso eleitoral da legenda.

Sobre a possível filiação do deputado federal Hugo Motta (MDB) ao PRB, o presidente Jutay Meneses disse que já tinha feito convite desde a eleição de 2014 e aguarda o posicionamento do parlamentar. Mas o presidente deixou claro que o emedebista chegaria à legenda como soldado e não como comandante.

“O presidente nacional do PRB ligou e perguntou se aceitava a filiação e iniciamos um diálogo deixando bem claro que poderia se filiar para ser um soldado e não um general. Eu poderia até mesmo abrir mão das candidaturas de deputado federal e estadual para fortalecer o partido”, revelou Jutay.

Outro que também pode se filiar ao PRB é o deputado estadual Nabor Wanderley (MDB). Esta semana ele chegou a colocar que pode mesmo deixar o MDB. Nabor é contra que o partido faça o mesmo movimento que fez no pleito de 2014, quando disputou as eleições proporcionais sem se coligar com nenhum partido. Para Nabor, que foi eleito com 40.138 votos, o MDB não deveria cometer o mesmo erro de 2014.

Garantia

Jutay Meneses vai disputar uma das cadeiras da Câmara dos Deputados a pedido da Executiva Nacional. Fonte Correio da Paraiba