“Sugiro ao Vice-Prefeito Manoel Junior não entre no mar da lama da obra da Lagoa”. Este foi o conselho dado pelo deputado estadual Raoni Mendes (Dem), ao deputado estadual Manoel Júnior (PMDB), após suspensão da cobrança de ressarcimento de R$ 6,4 milhões da obra da Lagoa, depois de uma reunião do peemedebista junto com o secretário de Infraestrutura, Cássio Andrade, com o ministro das Cidades, Bruno Araújo.

 

A opinião de Manoel Júnior (PMDB), antes e depois de ser vice de Luciano Cartaxo (PSD), em relação as investigações dos desvios de dinheiro da obra da Lagoa, são bem divergentes. Em entrevista, pouco antes de ser formada a aliança do PMDB com PSD, Manoel criticou a gestão de Cartaxo, afirmando que o relatório da Controladoria Geral da União (CGU), continha indícios graves de desvio de dinheiro e que o prefeito precisava explicar os possíveis desvios indicados pelo órgão.

 

Lagoa: CGU confirmará para ministério ressarcimento que PMJP fará de valores ‘desviados’

A Controladoria-Geral da União (CGU), em nota enviada ao Paraíba Já, na noite desta sexta-feira (08), confirmou que recebeu ofício do Ministério das Cidades em que pedia orientações sobre os valores que devem ser cobrados da Prefeitura de João Pessoa (PMJP), que foram desviados da obra de revitalização do Parque Solon de Lucena, a Lagoa. O valor que a CGU indica para devolução aos cofres da União é de R$ 10 milhões, apontados em relatório de dezembro de 2015.

Quem está elaborando a resposta ao Ministério das Cidades é a CGU de Brasília, pois não se trata apenas de uma resposta referente ao relatório técnico elaborado pela unidade da Paraíba, juntamente com o Exército Brasileiro. Mas também se refere às pendências do ministério no Sistema Monitor.

De acordo com a nota, a CGU confirma que “em julho de 2017, o Ministério das Cidades encaminhou documentação técnica e solicitou à CGU orientações sobre o processo de ressarcimento dos recursos públicos federais e quais os valores exatos que deverão ser devolvidos pela Prefeitura Municipal, em decorrência da fiscalização nas obras de revitalização da Lagoa do Parque Solon de Lucena”.

A justificativa do Ministério das Cidades para a suspensão da cobrança feita pela Caixa Econômica Federal à PMJP é de que havia dados conflitantes. Por um lado, a CGU informa em seu Sistema Monitor que o prejuízo na obra está orçado em R$ 10 milhões. Por outro, a PMJP, após ser notificada de que deveria ressarcir a União, não se defende mais da denúncia de desvio de dinheiro, apenas alega que o valor é inferior: R$ 6,4 milhões, valor encontrado pela perícia da Polícia Federal.

A CGU ressaltou que todo o procedimento é interno. “A CGU não se manifesta sobre detalhes de trabalhos e análises em andamento. Assim que for concluída a análise da documentação técnica, o Ministério das Cidades será informado e poderá dar prosseguimento às ações, visando atender às recomendações da CGU”, diz a trecho da nota.