Metade dos políticos sob investigação da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ) declarou ter recebido, no ano passado, doações de empreiteiras suspeitas de participar do esquema de corrupção na Petrobras. Dos 52 investigados nos tribunais superiores, 26 foram financiados, em alguma medida, por oito empresas do chamado ‘clube do bilhão’.
Os repasses feitos pelas empresas denunciadas chegam a R$ 17,6 milhões, segundo levantamento feito pelo site Congresso em Foco nos registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre eles, dois paraibanos.
Eleito senador pelo Rio de Janeiro em 2010, o paraibano Lindbergh Farias concorreu, sem sucesso, e 2014, o Governo do Estado pelo Partido dos Trabalhadores. Conforme o levantamento feito pelo Congresso em Foco, o petista recebeu, a título de doações, R$ 3,8 milhões das construtoras Queiroz Galvão (R$ 1.425.000,00), UTC (R$ 1.425.000,00) e OAS (R$ 950.000,00).
O outro paraibano beneficiado nas eleições do ano passado por empresas investigadas pela Lava Jato, foi o deputado federal Aguinaldo Ribeiro, reeleito pelo PP em 2014. Conforme o Congresso em Foco, o parlamentar da Paraíba recebeu, como doação de campanha, R$ 271.900,00 da Galvão Engenharia. Aguinaldo foi ministro das Cidades durante o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (PT).
As doações aos 52 políticos brasileiros investigados foram feitas por empresas dos grupos Andrade Gutierrez, Camargo Correa, Engevix, Galvão Engenharia, Queiroz Galvão, OAS, Odebrecht e UTC. Dessas, apenas a Camargo Correa admitiu, por meio de executivos que colaboram com a Justiça em troca da redução da pena, ter pagado propina em troca de contratos na Petrobras. Assim como os políticos, as empreiteiras alegam que as doações foram legais e não caracterizam suborno.
Veja abaixo quanto cada político recebeu do ‘clube do bilhão’: