Pâmela Bório acusa Julian de articular “laranjal” nacional do PSL com Bebbiano e Bivar

A suplente de deputada federal Pâmela Bório repudiou as declarações do deputado federal Julian Lemos e presidente do PSL na Paraíba, de que mudaria de esquina caso a visse na rua. Ao Paraíba Já, Pâmela relatou fatos inéditos sobre o suposto esquema de laranjas do partido e citou estratégias de violência moral, psicológica e patrimonial contra dissidentes do grupo comandando por Julian.

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“Ué? Ele já está antecipando e aceitando medida protetiva contra ele para mim? De fato, ele pode ser enquadrado mais uma vez dentro da Lei Maria da Penha – antes já foi denunciado pela ex-esposa e por uma irmã. Atualmente o Gullien Charles [nome de batismo de Julian] tem praticado violência moral, no mínimo, contra correligionárias, inclusive contra mim. Violência psicológica e patrimonial contra uma conhecida também”, relatou.

Pâmela reforçou que irá acionar Julian Lemos na esfera partidária, no Conselho de Ética do PSL. Ela alega que o mesmo tem usado sua assessoria para espalhar fake news sobre ela, causando danos morais e, por isso, acionará também a Polícia Federal.

“[A assessoria dele está] me insultando, me injuriando, me difamando nas redes… Até me caluniando! Tenho provas de tudo. Crimes virtuais tipificados serão todos denunciados na PF. Eu também acionarei o Gullien Charles dentro da esfera partidária, como já foi informada a ação dentro do Conselho de Ética do PSL”, confirmou.

Envolvimento com Bebbiano, Bivar e intervenção do presidente Jair Bolsonaro

Gustavo Bebianno e Julian Lemos. Foto: Reprodução/Internet

Ainda de acordo com Pâmela, na época das eleições Julian Lemos era vice-presidente nacional do PSL e foi um dos articuladores do suposto “laranjal” do partido, ao lado do ex-ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebbiano, e do presidente do PSL, Luciano Bivar. Bebbiano caiu do Governo após uma crise gerada pela suspeita do uso de candidatura laranja pelo mesmo; Luciano Bivar, hoje deputado federal, é investigado pelo mesmo motivo.

“Como vice-presidente do PSL na época, o Gullien articulou junto ao Bebianno e ao Bivar a distribuição irregular dos repasses do Fundo Partidário aqui na Paraíba e nacionalmente, quando em vários estados foram constatados candidaturas aranjas”, acusou Pâmela.

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A jornalista, que também é filiada ao PSL, garantiu que o presidente Jair Bolsonaro não está nada satisfeito com os casos de candidaturas laranjas que vem acontecendo no partido e que uma intervenção se faz necessária na legenda.

“Uma intervenção no partido também se faz necessária tendo em vista o esquema ‘laranjal’ já está sendo investigado a mando do presidente Jair Bolsonaro”, informou.

Diretórios caducos e “falta de democracia” no PSL

Moacir Rodrigues, um dos que questiona a legitimidade da presidência de Julian. Foto: Comunicação Assembleia Legislativa da Paraíba

Pâmela alega que Julian Lemos ter conseguido através de um decreto a presidência de uma Comissão Provisória para permanecer no comando do partido por 90 dias, sem eleição direta, contradiz “os princípios do Estado Democrático de Direito”.

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“Lutamos pela democracia e pela justiça e tentaremos condicionar o processo de convenção partidária, quando o mesmo [Julian Lemos] terá de ganhar no voto e não em medidas ou soluções emergenciais como a obtida no último dia 02, para atingir a condição de presidente estadual do partido.”

“Barganha por cargos”

Pâmela Bório e Julian Lemos na campanha eleitoral. Foto: Reprodução/Internet

Para Pâmela, o argumento de Julian Lemos de que denúncias de corrupção e “desmandos e falcatruas” dentro do PSL na Paraíba são oriundas de pessoas que visam barganhar cargos não procedem. Ela lembrou que não cabe a ele a destinação de cargos e que Jair Bolsonaro já teria deixado claro que não faria negociatas de cargos com deputados e senadores. Ela lembrou, ainda, que o próprio Julian teria pedido às pessoas que eventualmente prometeu cargos o “deixassem em paz”.

“Primeiro, nem com ele falamos ou temos interesse de falar. Segundo, não lhe cabe a destinação de cargos – isso compete aos ministros e ao presidente, que já deixou bem clara a inexistência desse tipo de negociata com deputados e senadores. Terceiro, diante do bloqueio a ele, o próprio já assumiu publicamente esta impossibilidade para as pessoas que porventura ele tenha prometido cargos o deixassem em paz. Terceiro, eu jamais trataria de cargos com Gullien pois a partir do momento que ele me fez trocar minha candidatura de estadual para federal passou a não cumprir com suas garantias de suporte da minha campanha, como comitê próprio, veículo etc. se mostrando nada confiável, além de sua incapacidade de análise das funções, tendo em vista que ele não é capacitado para isso, nem tem formação.”

Irrelevância de Julian Lemos antes das eleições

Jair Bolsonaro e Julian Lemos na campanha. Foto: Reprodução/Internet

A jornalista finalizou alfinetando o passado histórico do deputado federal, dizendo que o mesmo era irrelevante politicamente e conhecido apenas pelos supostos crimes de estelionato. Segundo ela, Julian usou ela e Bolsonaro para conseguir a relevância política necessária para a campanha eleitoral

“Por fim, antes de se encostar no Bolsonaro e na Bório aqui [sic] para galgar relevância pública antes e durante a última campanha eleitoral, o Gullien Charles só tinha inexpressão política e condenações por estelionato. Ninguém nunca sequer tinha ouvido na imprensa nem seu nome falso de Julian Lemos – a não ser pelos crimes que cometeu”, concluiu.