Ouça: Dilma diz que governo interino usa métodos oligárquicos na gestão de recursos

Em discurso na audiência pública para debater sobre a democracia e a atual situação política brasileira, na tarde desta quarta-feira (15), no Espaço Cultural José Lins do Rêgo, a presidente afastada, Dilma Rousseff (PT) comenta a forma de governar do PT e afirma que a gestão do seu partido era feita para todos.

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“Certamente, eu e o Lula, nos orgulhamos de ter implantado no Brasil uma relação republicana, mesmo com os nossos opositores. Por que isso? Porque nós governamos não para três ou quatro pessoas, nós governamos para a população do país”, declarou.

Dilma não deixou de criticar a polêmica retirada de recursos da obra do viaduto Governador Eduardo Campos, popularmente conhecido como viaduto do Geisel, e analisa a ação como um retrocesso.

“Ir na conta do Governo e retirar R$ 17 milhões é uma volta atrás que vocês têm que ter noção. O que é essa volta atrás? O que o Lula e eu mudamos? Nós mudamos a relação com os governadores e prefeitos e não deixamos que eles fossem de pires na mão. Nós não demos para uns e não demos para outros. Nós, quando tivemos os recursos, fizemos questão do programa ser para todo mundo. Nunca o Minha Casa Minha Vida foi mais pra um do que pra outro. Então, ir e pegar um recurso que está ali, para viabilizar uma obra, de interesse da população, isto é o atraso do atraso”, analisou.

Ainda sobre a restirada dos recursos da obra do viaduto do Geisel, Dilma comparou o governo do presidente interino Michael Temer as oligarquias brasileiras, que puniam quem fazia parte da oposição ao governo.

“A oligarquia brasileira achava que o Estado era dela, se alguém fosse opositor a ela, esse alguém ou ia pra cadeia ou não recebia os recursos que estavam destinados a todos. Isso aconteceu muito, eu lembro que isso aconteceu no Governo de Minas, quando Itamar Franco era governador. Isso aconteceu no Governo do Rio Grande do Sul, quando Pedro Simon era governador. No Brasil, nos últimos tempos, isso não acontecia, então é um absurdo ver isso acontecendo aos nossos olhos e isso é muito ruim não só para a Paraíba, não só para o governador Ricardo Coutinho, é ruim para rodos os brasileiros”, criticou.