OSPB apresenta concerto com Coro Sinfônico e homenagem ao oboísta Roberto Di Léo

Foto: Assessoria

A música do brasileiro Heitor Villa-Lobos é o destaque do concerto da Orquestra Sinfônica da Paraíba desta quinta-feira, 24 de outubro, com a participação do Coro Sinfônico da Paraíba. O concerto será em homenagem ao oboísta e professor Roberto Carlos Di Léo, ex-integrante da OSPB, falecido recentemente.

A apresentação gratuita começa às 20h30, na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, no Espaço Cultural, com regência do maestro Gustavo de Paco de Gea e com o flautista Eltony Nascimento como solista.

Serão executadas as músicas “Pavane”, do compositor francês Gabriel Fauré; “Concerto para Flauta e Orquestra, Op.283”, do alemão Carl Reinecke, com solo de Eltony Nascimento, e “Choros nº 10 (Rasga o Coração), para Orquestra e Coro”, de Heitor Villa-Lobos, com o Coro Sinfônico da Paraíba, que tem regência do maestro Daniel Berg.

O maestro Gustavo de Paco falou sobre o repertório deste concerto. “A primeira peça é Pavane, de Gabriel Fauré. Em 1884, ele conseguiu estabelecer um elo entre o final do romantismo e o início do impressionismo francês. A Pavane lembra uma dança muito antiga do século XVI, logicamente com a linguagem do final do século XIX. É uma peça tranquila, com muita preponderância na flauta. Ela tem uma duração curta, ideal para o início de um concerto, e de alguma forma, como tem preponderância nas madeiras, está como antecipando o concerto de flauta que vai vir logo após”, explicou.

“O concerto para flauta e orquestra de Carl Reinecke, que tem três movimentos, vai ser tocada por um dos nossos flautistas da orquestra, Eltony Nascimento, e é uma peça das mais importantes do repertório flautístico. É uma peça de período eminentemente romântico alemão e destaca-se que Reinecke foi um aluno bem determinado de Mendelssohn, de Liszt e de Schumann”, destacou, informando ainda que esse concerto tem muitos momentos doces para mostrar o som doce da flauta e muitos momentos bastante rápidos e técnicos para mostrar a agilidade do flautista.

O maestro ressaltou ainda a beleza da terceira peça, que vai fechar o concerto, o Choros nº 10, de Heitor Villa-Lobos. “Essa obra estreou no Rio de Janeiro em 1926 e pertence a uma série de obras intituladas Choros, que vai até o número 14 e que tem diversas formas. Este choro número dez é especial porque é colocado o coro do meio para o final da peça, que tem dois momentos importantes. Uma que mostra muitos sons da floresta brasileira, os pássaros e a fauna, e uma segunda parte que é justamente dentro do coro, em base a uma música popular do autor Anacleto de Medeiros, chamada Yara. É uma obra muito moderna para a época e que depois de Villa-Lobos estrear no Rio, ele foi pelo mundo inteiro mostrando essa peça, que é realmente marcante”, finalizou o maestro.

O flautista Eltony Nascimento disse que será uma alegria e uma honra ser acompanhado pela OSPB, orquestra que faz parte desde 2018. “Solar esse concerto é um grande desafio musical e técnico, por ter passagens virtuosísticas e fraseados super sutis. É uma obra importantíssima na literatura flautística, muito conhecida no nosso meio musical”, afirmou.

“Já tive experiência de solar duas obras eruditas muito importantes no nosso meio, como o Concerto de Mozart em Sol Maior a Fantasia Carmen de François Borne. A terceira obra que eu tinha em mente há um bom tempo seria esse concerto de Reinecke. É um concerto adorado por todos os flautistas. Uma obra muito conhecida que requer muita dedicação a todo momento”.

“Estar à frente da orquestra, independente da obra que for tocada, será sempre um desafio, porque evidencia as características sonoras e qualidade técnica do solista. Fico muito feliz e agradecido ao nosso maestro Gustavo de Paco por ter aceitado a proposta para esse próximo concerto com a OSPB”, ressaltou o flautista.

Homenagem – Este concerto será dedicado à memória do oboísta Roberto Carlos Di Léo, que faleceu no dia 10 de outubro, vítima de um enfarte. Ele era casado com Francinaide Monteiro Di Leo e deixou quatro filhos, Tábata, Pamela, Kim e Téo, e seis netos, Malu, Ester, Eduardo, Isabela, Felipe e Carolina.

Roberto Carlos Di Léo nasceu em Buenos Aires, Argentina. Estudou teoria, solfejo e harmonia com o professor Blas Cocchiararo e Oboé e Corne Inglês com Pedro Cocchiararo. Era formado pelo Conservatório Nacional de Música de Concepcion del Uruguay e na Argentina participou de várias orquestras, como do Conservatório Nacional de Buenos Aires, Orquestra Jovem Rádio Nacional, Orquestra Jovem de San Martin, Orquestra da Cidade de Avellaneda, da Polícia Federal Argentina, Orquestra de Câmara e Teatro Argentino de La Plata e da Orquestra da Universidade Nacional de La Plata.

Como solista, participou de concertos sob a batuta de diversos maestros, como Eleazar de Carvalho, David Machado, Osvaldo Damore e Ayrton Escobar. Atuou como professor convidado do Festival das Águas em Manaus, Festival de Música de Londrina, Festival de Instrumentistas de Sopro da Paraíba, Festival Internacional de Música de João Pessoa e Festival Internacional de Música da UFSM.

Roberto Di Léo foi integrante da Orquestra Sinfônica da Paraíba e era professor aposentado da Universidade Federal da Paraíba, onde exerceu as disciplinas de Oboé, Corne Inglês e Música de Câmera. Também foi coordenador e regente da Orquestra Juvenil da UFPB.

O solista

Eltony Nascimento iniciou seus estudos musicais na prefeitura de São Lourenço da Mata (PE), em 1998, e em 2002 começou a estudar flauta transversal no Conservatório Pernambucano de Música. Foi músico da Orquestra Sinfônica Jovem deste conservatório, onde também atuou como solista, e integrante do Quarteto Romançal, grupo dirigido pelo compositor Antônio Madureira, atuando nas aulas espetáculos do escritor Ariano Suassuna.

Participou da Orquestra de Câmara da Espanha (Granada), em Recife (PE), e esteve também em festivais como Fábrica de Música, Festival Internacional de Flautista, Festival Schumann/Chopin, Festival Debussy Albeniz, e Festival Bi- Nacional (Brasil-Venezuela).

Eltony Nascimento participou ainda de masterclass com os flautistas Antônio Carrasqueira (Brasil), Juan Carlos Choenet (Espanha), Michel de Paula (Brasil), Rogerio Wolf (Brasil), Shiginori Kudo (Japão), James Lyman (EUA), Cristine Gustafson (EUA), Adeline Stervinou (França), Vitor Diniz (Alemanha), Emmanuel Pahud (Suíça), e Raquele Magalhães (Brasil). Esteve também no masterclass do Johannes-Brahms-Konservatorium in Hamburg, na Alemanha, com o primeiro flautista da Sinfônica da Rádio Baviera, Philipp Boucly.

Entre as suas atividades, estão participações em óperas, como “Elixir do Amor”, de G. Donizetti, e “O Morcego”, J. Strauss, ambas realizadas pela Companhia de Ópera do Recife (Core). Também tocou nas óperas “Pepita”, de Isaac Albeniz, e “São Sebastião”, de Debussy, com a Orquestra Sinfônica Jovem do Conservatório Pernambucano de Música, e ainda “A Flauta Mágica”, de Mozart, realizada pela Universidade Federal de Pernambuco.

Concluiu o curso de Bacharelado em Flauta Transversal na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em 2018. Atualmente é músico da Orquestra Sinfônica da Paraíba, Sinfonieta UFPE, Orquestra de Câmara de Pernambuco e Banda Sinfônica do Recife.

O regente

Natural de Buenos Aires (Argentina), Gustavo de Paco de Gea graduou-se pelo Conservatório Juan José Castro. Depois de atuar como docente e flautista em orquestras argentinas, foi convidado pela Universidade Federal da Paraíba para ser professor do Curso Superior e de Extensão de Flauta, onde ensina até hoje.

Foi membro fundador do Quinteto Latinoamericano de Sopros e da Orquestra Sinfônica da Paraíba, atuando como primeiro flautista, e desde 1985, é primeiro flautista da Orquestra Sinfônica do Recife (PE). Detentor de vários prêmios nacionais e internacionais, Gustavo de Paco de Gea tem se apresentado nos mais importantes festivais do Brasil.

É regente de orquestra desde 2001, ano em que criou a Orquestra de Câmara Municipal de João Pessoa, sendo diretor artístico e regente titular até 2010. Em 2012 foi nomeado maestro e diretor artístico da Orquestra Criança Cidadã, em Recife (PE), e, no ano seguinte, foi designado para reger o Concerto de Estreia da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Paraíba (OSUFPB), regendo desde então recorrentemente esse organismo como maestro convidado.

De 2014 a 2018, foi maestro assistente da Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa e atualmente é o regente titular da Orquestra Sinfônica da Paraíba.

Coro Sinfônico da Paraíba

Fundado em 1960, é o coro oficial da Orquestra Sinfônica da Paraíba, formado por coristas da mais larga experiência e das mais variadas idades e profissões, que desenvolvem o gosto pelo canto coral, com o objetivo de proporcionar a todos uma música de qualidade.

Tem atuado junto à OSPB em diversos concertos, com grande repercussão no meio musical, apresentando importantes obras para coro e orquestra, além de concertos didáticos e populares. O grupo tem, em seu currículo, inúmeras apresentações em festivais nacionais e internacionais em diversas partes do Brasil e em encontros de coros.

O maestro – Daniel Berg possui graduação em Língua Francesa, bacharelado em Música e mestrado pela Universidade Federal da Paraíba. Estudou também na UNIL (Universidade de Lausanne – Suiça), tem pós-graduação em musicoterapia e é especialista em regência pela Universidade Federal da Bahia.

Como maestro e solista, apresentou-se na Suíça, França, Alemanha, Letônia e Rússia. Como professor de educação musical, leciona musicalização infantil em algumas escolas da capital. Foi regente do coro da cidade de Gatchina, na Rússia, e professor de regência a convite da associação de regentes da Rússia, no conservatório de música em São Petersburgo, representando a América Latina.

Entrada gratuita – Não é cobrado ingresso para os concertos da Orquestra Sinfônica da Paraíba. Idosos, cadeirantes e demais pessoas com dificuldade de locomoção têm entrada acessível na lateral da Sala de Concertos, ao lado do palco da Praça do Povo. O programa do concerto ficará disponível na bio da página da OSPB no Instagram: @orquestra.ospb.