O trailer do live-action de ‘A Pequena Sereia’, que será protagonizado pela atriz Halle Bailey, atingiu 1 milhão de ‘deslikes’. A onda de reação negativa é por conta, simplesmente, da Ariel ser preta.
Fãs, e nerds, sustentam que a personagem é branca, que a lenda retrata sereia como branca, que a Ariel é branca. Antes de tudo, sereia nem existe. Então a representação que ela terá nas telonas parte de um pressuposto básico: a interpretação de uma atriz retratando uma personagem.
“Minha infância está arruinada”, dizem alguns. “Agora tudo é militância”, esbravejam outros. Calma, pessoa adulta birrenta.
E sim, o mundo evoluiu. A gente até consegue entender que não é para se compadecer enormemente da morte de uma monarca que matou, torturou e escravizou diversos pretos mundo afora. Então, repito: sim, tudo é evolução.
Há de existir, e cada vez mais, a representatividade. Esta é a palavra de ordem.
A princípio, a história da sereia advém da Mitologia Grega, onde elas são seres representados também como grandes pássaros com cabeça e busto de mulher. Isso mesmo, pássaros.
Surgem ainda os questionamentos, de praxe: “e se fosse um branco fazendo o papel de um personagem preto?”. Mas é exatamente isso que sempre aconteceu – e acontece. É totalmente isso?!
É o ‘whitewashing’, que consiste na escalação de brancos em papéis que deveriam pertencer a atores de outras raças ou etnias. Ação que reproduz um embranquecimento, e até mesmo revisionismo, em diversas eras.
Há até o exemplo clássico de um homem histórico, judeu do Oriente Médio, que divide as eras da história humana na terra, e sofreu com o eurocentrismo, por isso o vemos branco, de cabelos longos e olhos azuis. Quase um Thor, totalmente diferente das características físicas de seu povo originário. Mas é melhor nem entrar nessa seara.
Há apenas um apontamento para essa ação escabrosa e asquerosa de “opiniões”: racismo. Opinião racista, de quem não aceita pessoas pretas em protagonismo. E mais que isso, não aceitam a ascensão e sucesso do povo preto. Sim, és racista. R-a-c-i-s-t-a.
E não adianta, seguiremos subindo, avançando, progredindo e ocupando todos os espaços da sociedade. No cinema, na música, no jornalismo, nas artes visuais, nos esportes. Estaremos em todo lugar, a todo momento, sendo premiado, medalhado, aplaudido. Minha ancestralidade apanhou muito para progredir e me colocar aqui, não serão caracteres digitais que vão nos parar.
Aqui está o trailer: