Operação Pernalonga: dos 22 suspeitos presos, apenas uma consegue benefício junto à Justiça

Dos 22 suspeitos presos na Operação Pernalonga, apenas uma pessoa teve a prisão preventiva convertida em domiciliar, nesta sexta-feira (25). Trata-se de Juliana Pinheiro, que tem em sua defesa os advogados Rômulo Oliveira e Emanuel Messias.

De acordo com o advogado Rômulo Oliveira, a Justiça acatou os argumentos da defesa de que não havia justificativa para a prisão da sua cliente, já que os áudios das conversas usados contra ela seriam antigos e o fato dela ter filhos menores garantiria o seu direto de cumprir a prisão domiciliar.

“A defesa levantou que não havia elementos que justificasse a prisão da Juliana. Os áudios que estão colocados de maneira incriminadora, eles foram realizados há vários meses atrás, não são recentes. Juliana é mãe de crianças menores de 12 anos, o que garante a substituição da prisão preventiva, pela domiciliar, com monitoramento por tornozeleira eletrônica”, disse Rômulo Oliveira.

A operação, realizada pela Polícia Cilvil, teve o objetivo de desarticular uma quadrilha de suspeitos de crimes de homicídio e tráfico de drogas em Santa Rita. Juliana é casada com um dos acusados, que seria integrante da quadrilha, que já está cumprindo pena.

O advogado Rômulo Oliveira ainda ressaltou que o caso da sua cliente é “emblemático”, pois mulheres casadas com acusados de envolvimento com o tráfico costumam ser consideradas participantes no crime.

“O processo chama atenção, porque há no Brasil uma ofensiva do Ministério Público em querer colocar todas as mulheres que tenham algum tipo de relacionamento com pessoas vinculadas ao tráfico, como também sendo partícipes desse incurso criminoso, o que é uma falácia. Ao longo da instrução iremos provar que a senhora Juliana, que é microempresária e extremamente conhecida por sua índole, e é reconhecidamente vinculada as melhores prática sociais, tem três filhos e é casa com uma pessoa que está com sua liberdade segregada. Entendemos que há uma tentativa de imputar às mulheres que possuem relacionamento com pessoas que estão no sistema carcerário, uma responsabilidade adjuvante, sem necessariamente a acusação demonstrarem uma culpa suficiente para formular a acusação. Esse é um caso emblemático, que ao tratamos de Juliana, falamos de um histórico social que se repete, neste sentido”, afirmou.