Operação Lava Jato: dois pesos e duas medidas

Durante as últimas semanas em que escrevi aqui, fiquei ‘matutando’ outro tema que não fosse política, ou mais especificamente, a política partidária. Tentei imaginar algum assunto diferente das pérolas que saem da boca do presidente da República ou a ausência completa de projetos e programas do governo federal e como isso é ruim pra país, ante a crise que enfrenta.

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Fui instado a falar sobre a prematura morte de Gabriel Diniz, no auge da sua carreira artística, tendo em vista que nossa coluna se direciona, à primeira vista, ao público jovem, e o canto veio a óbito muito jovem. Castiguei minha mente para que ela encontrasse o que dizer sobre isso, já que tantas coisas foram ditas e expressadas, fosse através de palavras, ou por meio de atitudes e atos.

Pensei em abordar algumas questões que afligem a minha cidade, João Pessoa, e até mesmo a minha amada Paraíba. De fato existem áreas que precisam ser mais bem discutidas, tanto para a Capital, quanto para o Estado, mas cheguei à conclusão que a imprensa daqui já faz isso muito bem e que, talvez, diante do grave problema de ordem social e econômica pelo qual passa o Brasil, João Pessoa e a Paraíba, em termos de gestão pública, até que conseguem se sair muito bem.

Então, o que me restaria? Como escapar do assunto mais falado nos últimos seis meses no nosso Brasil e, pior, como não emitir um juízo de valor?

Ontem eu vi a luz no fim do túnel!

Deixando o “mito” de lado, alguns heróis nacionais roubaram a cena e colocaram o presidente, a priori, no banco de reservas do jogo das fake news e das trapalhadas. Porém, mesmo com tanta ânsia de discorrer sobre outras pessoas ou outras situações, após muita divagação, cheguei à conclusão de que não há o que se comentar ou opinar sobre as divulgações feitas pelo site The Intercept que, sem subjetividade alguma, colocam em risco toda a Operação Lava-Jato e a credibilidade de seus atores.

Recuso-me a acreditar, ou melhor a aceitar, que brasileiros que, há tão pouco tempo, meses apenas, vociferavam nas ruas e nos becos das redes sociais, clamando uma nação livre da corrupção e dos maus feitos públicos, possam encontrar alguma maneira de defender ou desviar a atenção dos últimos fatos de Moro e companhia limitada.

É muito simples: não há o que dizer! Vão vir algumas pessoas alegar: “mas também não há o que dizer sobre Lula e a corrupção do PT”. É verdade. Contudo, Lula está preso e o PT passou. O X da questão é conseguir enxergar que quem um dia foi tido como salvador da pátria é igual, ou pode ser ainda pior, a quem ele tacha como traidor da nação.