Nesta quarta-feira (3), o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos fez um apelo enfático à vigilância diante do avanço político da extrema direita na Europa. Volker Turk, chefe dos direitos dos refugiados da ONU, alertou sobre as narrativas que desumanizam migrantes e requerentes de asilo, destacando a necessidade urgente de reconhecer os perigos associados a tais discursos.
Turk enfatizou que a história europeia, especialmente durante os períodos de defamação e desumanização de grupos minoritários, oferece advertências claras sobre os caminhos perigosos que essas narrativas podem abrir. Ele ressaltou a recente ascensão de partidos de extrema direita no Parlamento Europeu como um sintoma alarmante dessa tendência.
O chefe da ONU mencionou especificamente o contexto político na França, que está enfrentando um segundo turno das eleições onde oponentes da ultradireita anti-imigrantes estão buscando conquistar uma maioria significativa. Esta dinâmica eleitoral reflete um cenário mais amplo de polarização e desafios para os direitos humanos na região.
Como austríaco, Volker Turk trouxe uma perspectiva pessoal, lembrando os horrores do antissemitismo e do Holocausto que afligiram a Europa durante a Segunda Guerra Mundial. Ele enfatizou seu compromisso em prevenir futuras atrocidades, utilizando sua posição para advogar pela proteção dos refugiados e pela manutenção das liberdades fundamentais.
Diante do aumento do discurso de ódio e discriminação na Europa, Turk instou os líderes políticos a adotarem uma postura firme de tolerância zero contra essas manifestações. Ele enfatizou a importância da clareza e da ação decisiva para enfrentar o discurso de ódio, impedindo qualquer tentativa de denegrir e marginalizar grupos vulneráveis.
Este apelo do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos ressoa como um lembrete crucial sobre os valores fundamentais que devem guiar as sociedades democráticas, especialmente em um momento de desafios crescentes à coesão social e aos direitos humanos na Europa.