O histórico de polêmicas de Sikêra Júnior na televisão

Sikêra Jr. está sedado em hospital, mas esposa nega do apresentador meningite
Sikêra Jr. - Foto: Reprodução/RedeTV!

O apresentador do “Alerta Nacional”, Sikêra Júnior, chamou a atenção do público nos últimos dias ao descrever o movimento LGBTQIA+ como “raça desgraçada” — depois de perder contratos com anunciantes, ele se desculpou pelas palavras utilizadas, mas disse ainda pensar da mesma forma.

Essa não foi a primeira fala homofóbica do apresentador, que também já brincou com zoofilia, chamou uma telespectadora de “vagabunda” e ficou famoso por “prever” a morte de usuários de drogas.

Brincadeira com zoofilia

Sikêra Júnior causou revolta entre os defensores da causa animal ao exibir ao vivo um vídeo de um homem tendo relações sexuais com uma égua, crime chamado zoofilia.

Além de mostrar o vídeo, ele simulou a cena em tom de humor com os funcionários do programa. Luisa Mell foi uma das ativistas que se pronunciaram sobre o caso: “O tal apresentador, quando criticado, manda as seguidoras arranjarem um jumento para se acalmarem! Demonstrando claramente que não respeita animais, nem pessoas”.

Briga com Xuxa

Assim como Luisa Mell, Xuxa Meneghel também criticou a brincadeira de Sikêra com o caso de zoofilia. O apresentador rebateu fazendo referência ao filme “Amor, Estranho Amor” (1982), chamando Xuxa de pedófila e dizendo que ela faz apologia às drogas em seu livro infantil.

Foi o início de uma grande briga entre os dois: Xuxa reuniu nomes como Angélica, Ana Maria e Rita Lee em uma campanha dizendo “zoofilia é crime, não é piada”, e o público de Sikêra enviou vídeos dizendo “pedofilia não prescreve”.

Xuxa também processou o apresentador, e aguarda decisão da Justiça.

Cachê do governo Bolsonaro

Em junho, Sikêra admitiu ter recebido um cachê de R$ 120 mil por ações publicitárias para o governo Jair Bolsonaro (sem partido). Ele afirmou:

Ganhei os R$ 120 mil e estou esperando mais. Foi trabalhando honestamente. Esse dinheiro antes ia para a Folha (de S.Paulo), para a TV Globo. Mas agora não vai mais. Distribuem para outras empresas. E esse ainda é um dos menores cachês.

Processado por modelo trans

Sikêra foi processado pela modelo trans Viviany Beleboni, que na edição de 2015 da Parada do Orgulho LGBTQIA+ fez uma performance retratando a crucificação de Jesus.

O apresentador mostrou uma série de artistas LGBTQIA+, disse que eles “acabaram com a família” e questionou: “Eu quero saber como é que uma desgraça dessa pode exigir respeito meu e seu”.

Viviany perdeu um processo contra Sikêra e venceu outro, em que ele foi condenado por danos morais e proibido de usar a imagem dela sob pena de multa. Nos dois casos ainda cabe recurso.

Chamou telespectadora de vagabunda

Em 2015, quando ainda trabalhava na afiliada do SBT em Alagoas, Sikêra chamou de “vagabunda” e “preguiçosa” uma telespectadora que teria comemorado a queda de um helicóptero da polícia.

“Olha o que ela escreveu. Estou pesquisando sobre você desde ontem. Eu sei que você tem 8 [perfis no] Facebook. Ela diz assim ‘hahaha um helicóptero da polícia caiu. Alegria.’ Mulher, como você diz algo assim? São almas, são pessoas”, disse Sikêra. “Deixa eu pegar o meu óculos para eu ler melhor o nome dessa raça de vagabundo”, completou.

“Mulher que não pinta a unha é sebosa”

Em 2018, quando apresentava o programa “Cidade em Ação” na afiliada da RedeTV! na Paraíba, Sikêra disse que mulher que não pinta a unha é “sebosa”. Ele mostrava uma mulher presa acusada de traficar drogas, e comentou: “Ela não pinta as unhas. Mulher que não pinta a unha é sebosa!”

O apresentador também usou expressões de cunho racista para descrever a mulher.

Em resposta à declaração, movimentos feministas como Articulação de Mulheres Brasileiras e Mulheres em Luta organizaram um protesto em frente à sede da emissora pedindo sua demissão.

O MPF (Ministério Público Federal) também ajuizou uma ação civil pública pedindo que Sikêra Júnior seja condenado por dano moral coletivo por “falas discriminatórias (discurso de ódio) ao sexo feminino”.

“Praga” em quem fuma maconha

Foi uma polêmica que alçou o jornalista à fama nacional: no final de 2016, Sikêra virou meme ao “decretar” a morte de usuários de droga ao vivo no “Plantão Alagoas”. Ao som da marcha fúnebre, ele disse:

Você, que fuma maconha. Você vai morrer antes do Natal. Você, maconheiro, não vai ver Papai Noel, não vai ver árvore de Natal. Vai para o inferno!

Em janeiro de 2017, ele foi afastado do trabalho após sofrer um infarto. Seu retorno ao programa, um mês depois, foi teatral: apareceu dentro de um caixão falando, novamente, com os “maconheiros”.

E aí, maconheiro, tá feliz? Sorriu, vibrou? Achou que ia brincar o Carnaval sem mim? Estamos de volta! Graças ao meu senhor Jesus Cristo, Pai todo-poderoso, estou de volta!

Do UOL