Um áudio do deputado estadual Cabo Gilberto (PSL), ligado ao bolsonarismo, provocando movimento dos policiais contra o governador João Azevêdo (Cidadania) ganhou repercussão nacional em matéria do O Globo nesta segunda-feira (24).
No áudio, o parlamentar chama o governador de “inimigo” e sugere que os agentes entreguem os plantões extras e, se estiverem de folga, “ajudem a sociedade”, o que incluiria atirar em criminosos.
Ontem (23), um ônibus do transporte público foi incendiado no bairro de Mangabeira, em João Pessoa.
“Meus irmãos, policiais e bombeiros militares, neste domingo, precisamos que todos façam o que a guarnição de ontem fez. Se uniram ao movimento Polícia Legal, tudo dentro da legalidade. Estamos em guerra. O governador é nosso inimigo. Ele não respeita a instituição, humilha os militares, engana os militares, tenta passar para a sociedade que nós que somos intransigentes. Socialista não gosta de polícia, odeia militar. Não existe diálogo com esse tipo de gente. Eles só entendem pressão, e temos que pressionar”, disse o deputado.
Ouça:
“A guarnição de domingo, como foi combinado, (vai) entregar os plantões extras e vamos unir o movimento dentro da legalidade. Fiz as mesmas coisas que o plantão de sábado fez. Isso em toda a Paraíba. É muito importante para que nosso movimento fique forte a cada dia, dentro da legalidade, já que não podemos fazer greve. Então isso é a nossa missão. E todos os policiais que estão de folga ajudaram a sociedade. Marginal armado a… Quem atira para matar leva tiro para morrer. Essa é a nossa missão”, afirma.
Nas redes sociais, o deputado já havia conclamado prefeitos paraibanos a cobrar o governador pelo “caos na segurança pública”. “Toda criminalidade que acontecer no estado a responsabilidade é de inteira do Sr governador JOÃO MALVADEZA que exterminou os militares”, disse em um dos posts.
Nesta segunda-feira, o governador João Azevêdo afirmou, em vídeo, que orientou aos comandos da Polícia Militar que punam militares que praticarem atos de indisciplina e de quebra de hierarquia na tropa.
“Não admitirei coisas do tipo como operação padrão ou greve branca, como foi insinuado em áudios e vídeos por quem está na política e tenta usar os policiais para confrontos inconstitucionais e para a de propósito. Policial é para combater o crime, promover a paz social e proteger a sociedade. E não para fazer política parte e eleitoral nos quartéis e dentro da categoria”, disse. “Não me furtarei em nenhum momento a acionar o Ministério Público e a Justiça paraibana, se para o caso, para restabelecer as funções hierárquicas e constitucionais das forças de segurança. Espero não ter que fazê-lo, mas para manter a ordem e a convivência harmônica da sociedade paraibana jamais fugirei às minhas responsabilidades”.