O blefe de Cartaxo e a nova batida de pino

O blefe de Cartaxo e a nova batida de pino
Luciano Cartaxo - Foto: Arquivo

Até as pedras da calçadinha da orla já sabiam que a tese da candidatura do ex-prefeito Luciano Cartaxo ao Governo do Estado não passava de um grande blefe. Portanto, mesmo os mais desavisados não podem alegar que foram pegos de surpresa com o anúncio do ex-alcaide de concorrer a uma vaga na Assembleia, nas eleições deste ano.

Além da atual conjuntura política do Estado conspirar contra, falta a Cartaxo coragem. Coragem, aliás, que ele não teve em 2018, quando sentando na cadeira de prefeito de João Pessoa, liderava todas as pesquisas de intenção de voto na corrida ao Palácio da Redenção, e mesmo assim fugiu da disputa.

No linguajar esportivo, Cartaxo é daquele que não “entra em bola dividida” e que só “vai na boa”. O passado dele está ai pra comprovar.

Senão vejamos:

Eleito único prefeito do PT em uma capital nas eleições de 2012, Cartaxo não pensou duas vezes ao abandonar a legenda petista quando ela mais precisava dele.

Depois de usufruir o quanto pode das benesses ofertadas pelo governo da presidente Dilma, Cartaxo virou as costas ao partido quando viu o barco petista afundar, em 2015. Numa guinada espetacular, deixou os ‘companheiros’ de outrora chupando dedo e pulou nos braços do cassismo, ao se filiar ao PSD, presidido à época pelo deputado federal Rômulo Gouveia.

Naquela ocasião, alegando que não podia comprometer seu projeto de reeleição, Cartaxo justificou que estava deixando o PT por conta dos “escândalos políticos” envolvendo a legenda petista no esquema do Petrolão. A “estratégia” deu certo e Cartaxo, que “não entra em bola dividida”, se reelegeu em 2016.

O tempo passou, a roda gigante da vida girou e eis que Cartaxo, aquele mesmo que um dia largou o PT por conta dos “escândalos políticos”, está de volta às fileiras petistas, de olho do prestígio eleitoral do ex-presidente Lula.

Rejeitado pela maioria dos filiados por conta da covardia de 2015, Cartaxo retornou ao PT em 2022 “vendendo” a ideia de que estava de volta para ajudar na reconstrução do partido, visando a recondução de Lula à Presidência da República. Puro blefe!

Na verdade, voltou ao PT por enxergar no partido o caminho mais fácil para conquistar um mandato eletivo para chamar de seu.

Alguém discorda?