Escolhido como treinador do Sousa para 2018, Cleibson Ferreira já começou a planejar a próxima temporada do time sertanejo depois de viver dois bons anos em Cajazeiras, comandando o Atlético, rival do Dinossauro do Sertão.

Mesmo com 45 anos de idade, o técnico já tem uma longa bagagem. Seu primeiro trabalho na função foi em 1998, no Stormers FC, da Bolívia, país onde atuou profissionalmente como jogador. No Brasil, comandou interinamente o Náutico-PE, foi auxiliar de Vanderlei Luxemburgo no Atlético-MG,  e passou por Crac-GO, Galícia-BA, Afogados de Ingazeira-PE, América-PE, Pesqueira-PE, Atlético de Cajazeiras, Miguelense-AL, MAC-MA, entre outros clubes.

E o ano de 2017 deve servir de inspiração para Cleibson levar o Sousa aos bons caminhos no próximo Paraibano. Comandando o Maranhão Atlético Clube (MAC), chegou até as semifinais do primeiro turno. Depois, a frente do Atlético de Cajazeiras, também foi às semi do Paraibano, sendo derrotado pelo Botafogo-PB, que viria a ser campeão.

– Sem dúvida este ano de 2017 foi um dos melhores da minha carreira. Tenho também alguns anos como, por exemplo, o de 2008, quando trabalhando no Náutico conquistamos todas as competições disputadas e, de quebra, fui eleito como o melhor treinador do Brasil em estatísticas, ficando a frente de nomes como Mano Menezes, que estava no Corinthians, e Mauro Fernandes, que na época era do Atlético Goianiense. Também neste ano recebi o convite para ser observador técnico da CBF, mas todos os anos me trouxeram aprendizados, que foram muito importantes para o meu desenvolvimento profissional – disse Cleibson.

Tendo trabalhado em centros maiores, como Pernambuco e Bahia, que tem times na Série A do Campeonato Brasileiro, o técnico falou a respeito da diferença do futebol destes estados com o da Paraíba, de menor visibilidade e investimento, apesar de ter tido uma ligeira evolução nos últimos anos.

– O futebol paraibano sempre foi visto como seleiro de muitos estados, lugar que sempre revelou muitos atletas. Um estado forte, que precisa devolver os seus clubes para as grandes competições. Uma vez, um ex-presidente do Corinthians falou que o clube só iria ser campeão da Libertadores quando se acostumasse a disputar essa competição. Assim, eles iriam saber jogar para vencer. Da mesma forma somos nós, temos que aprender a jogar estas competições maiores. Temos um bom exemplo recente do Campinense, campeão da Copa Nordeste e que também foi vice-campeão. O Botafogo-PB recentemente teve um título nacional, levando a Série D. Infelizmente, permanecer em alto nível por muito tempo não é fácil. Precisamos saber jogar estas competições para conseguir permanecer e crescer com o tempo. Financeiramente não podemos querer nos comparar aos chamados grandes de Pernambuco, Bahia e Cearpa. Mas, como falei, o Campinense, com uma folha bem inferior, chegou nas finais da Copa Nordeste, coisa que muitos destes clubes ainda não conseguiram. Ou seja, o dinheiro é importante, mas não é tudo. Organizar, planejar, isso sim ajuda a conseguir permanecer em um patamar por mais tempo. Outra coisa super importante neste processo é um olhar mais crítico, mais profissional para a divisão de base, pois a base sempre foi uma grande arma na sustentação de um projeto – explicou.

Se este ano  Cleibson quase chegou a levar o Trovão Azul para a Série D, ele terá essa missão na próxima temporada como meta principal enquanto comandante do Sousa. O Dinossauro disputou as duas últimas edições da quarta divisão, mas ano que vem só terá o Paraibano em seu calendário. Para o treinador, a pressão é inegável, mas ele pretende fazer dela um trunfo para que o clube conquiste o objetivo de voltar ao cenário nacional em 2019.

– A responsabilidade de comandar o Sousa sem dúvida muito grande, principalmente em um momento delicado pelo clube ter perdido as vagas nacionais. Mas isso não tira o brilho e a motivação. Ter trabalhado na Paraíba, em especial no sertão, foi muito bom para mim neste processo que hoje estamos iniciando. Não é fácil jogar no sertão, as equipes sofrem com a distância, com o calor, então se você monta uma equipe competitiva, que saiba utilizar as suas qualidades, com os fatores, podemos fazer dos nossos jogos em casa um verdadeiro caldeirão. Os jogos em casa podem nos levar às fases decisivas, somando aos jogos fora de casa, podemos chegar às grandes conquistas. A pressão sempre existirá, mas uma coisa em aprendi nesta vida foi fazer que essa pressão seja direcionada aos adversários. Trabalhando sério e todos comprometidos, traremos os torcedores de volta ao estádio, e aquela pressão por resultados será convertida em fazer do nosso jogo em casa um verdadeiro caldeirão – finalizou. As informações são do Voz da Torcida.