O movimento de tentar tirar Aguinaldo da liderança da maioria acontece após DEM, MDB, PTB e Pros anunciarem que vão sair de um bloco partidário comandado por Lira. Antes com 221 deputados, o bloco vai ficar com 136 (PP, PL, PSD, Solidariedade, PSD e Avante). O grupo foi formado no início do ano para negociar espaços na Comissão Mista de Orçamento.
O governo conseguiu conter parcialmente a debandada. Os líderes partidários Pedro Fernandes (PTB) e Acácio Favacho (Pros) foram chamados para uma reunião na qual foi ameaçada a retirada dos cargos indicados pelos partidos no governo caso saiam do bloco coordenado por Lira. O líder PP e o deputado Wellington Roberto (PB), líder do PL, também estavam no encontro.
Lira e Maia têm travado um embate. O deputado do PP de Alagoas quer ser presidente da Câmara e, para isso, tem feito uma ponte entre governo e Congresso para nomeação de cargos. O presidente da Câmara é próximo de Aguinaldo Ribeiro, que tem um perfil independente do governo. Ele é o relator da reforma tributária.
A liderança da maioria é um cargo representativo do conjunto de partidos da Câmara que estão identificados com a posição majoritária da Casa. Em governos anteriores, o grupo costumava ser associado a uma postura governista, mas no governo de Jair Bolsonaro, o bloco tem atuado de forma independente.
Pivô da disputa, Celso Sabino é um aliado do deputado Aécio Neves (PSDB-MG) e chegou a exercer por poucos dias a função de líder do PSDB. No final do ano passado, o partido viveu uma guerra de listas para escolher o novo líder. Por conta da divisão da bancada, Carlos Sampaio foi escolhido para ficar mais um ano na função.
O deputado Celso Sabino confirmou ao site que foi protocolada uma lista de apoio para que ele seja escolhido líder da maioria. O tucano afirmou ser normal haver uma mudança anual na liderança e disse que Aguinaldo já está atarefado com a relatoria da reforma tributária. O deputado também afirmou que iniciativa não tem relação com a sucessão na Câmara e nem com disputas entres partidos.
Sabino negou que haja conflito com o PSDB e disse que vai conversar com o presidente nacional do partido, Bruno Araujo, e o líder na Câmara, Carlos Sampaio, para tentar chegar a um consenso sobre a questão.
“Roberto Rocha, senador do PSDB do Maranhão, já ocupou esse posto no Senado. Inclusive estava sendo cotado o nosso senador Izalci, do Distrito Federal, para a possibilidade de assumir o Ministério da Educação. Essa é uma construção positiva, importante para qualquer partido angariar espaços importantes na Câmara, mais um assento no colégio de líderes. Vou conversar com o presidente do partido e o líder da bancada, Carlos Sampaio, e tenho certeza que vamos ter um bom afinamento”.
Do Congresso em Foco