Nordeste em cena na Mostra Internacional de Teatro

Tudo começou quando o ator Henrique Fontes encontrou no lixo uma frasqueira, pequena caixa de Pandora da vida de uma mulher cuja identidade o Grupo Carmin foi descobrindo a partir de fotos, documentos e objetos pessoais guardados ali. Nascia Jacy, espetáculo que abre hoje a programação de apresentações da Mostra Internacional de Teatro (MIT) João Pessoa Encena. A peça é encenada no Teatro Lima Penante (no Centro), às 18h.

A noite segue com o Clown Bar, dos Bufões de Olavo, na Praça da Paz (nos Bancários), às 20h; e com Como Nasce um Cabra da Peste, da Agitada Gang, no Centro Cultural Piollin (no Róger), às 21h. Todas as apresentações são gratuitas. De volta do Festival Nordestino de Teatro (FNT) de Guaramiranga (no Ceará, a 110 quilômetros de Fortaleza), o Grupo Carmin faz a segunda apresentação de Jacy fora de Natal (RN), onde está sediado o grupo fundado em 2007 pelas atrizes Quitéria Kelly e Titina Medeiros (a Marisa da novela Geração Brasil, da Rede Globo).

“Um crítico, em Guaramiranga, achou que a gente tinha inventado a história”, diz Kelly, que divide o palco com Henrique Fontes (também coautor e diretor da montagem), “mas Jacy existiu, teria 94 anos se fosse viva hoje e tivemos que recriá-la para não ter problemas judiciais com a família, que por alguma razão que desconhecemos a abandonou no final da vida.”

Depois de abordar a exclusão de moradores de rua com Pobres de Marré (2007), que inaugurou o repertório do grupo, o Carmin agora se debruça sobre o abandono de idosos. “É um abandono que acontece no âmbito familiar”, afirma a atriz. “O idoso vai se tornando um móvel dentro de casa, passa a não ter opinião e logo é colocado no asilo ou no esquecimento até morrer, como aconteceu com Jacy.”

Colaboração Jornal da Paraíba