“No teatro não ganhamos dinheiro, mas ao menos se tenta ter prazer”, define Nanego

Nanego Lira fez sua estreia na arte através do teatro, aos dez anos. Desde então, nunca mais abandonou os palcos. Em 1992, um dos espetáculos em que atou como protagnista, Vau da Sarapalha, se tornou um marco do teatro brasileiro moderno.

Dirigido pelo ator Luís Carlos Vasconcelos, o espetáculo promovido pelo grupo de teatro da Piollin, tinha no seu elenco nomes consagrados na cena dramatúrgica da Paraiba como Everaldo Pontes, Servilo de Holanda e também da música, caso do cantor Escurinho.

“Nós nos envolvemos com esse trabalho como em nenhum outro. Isso eu digo pra mim como uma realidade e como algo diferente. Foi um prazer fazer esse espetáculo que há muito tempo eu não sinto isso. É um prazer que, mesmo depois dos outros espetáculos da Piollin, eu não experimentei igual”, revelou Nanego.

Em Hoje é Dia de Maria, minissérie de 2005 que fez parte da programação dos 40 anos da Globo, fez sua segunda participação na TV. A produção dirigida por Luís Fernando Carvalho tinha uma linguagem narrativa que dialogava intensamente com o cinema, as artes plásticas e, sobretudo, o teatro.

Ele relembra que quase 11 anos antes, em julho de 1994, participara de um especial da TV Globo que, para ele, foi o mais teatral que ele já viu na televisão:  o telefilme Uma Mulher Vestida de Sol, baseado na obra homônima de Ariano Suassuna e com atores cosnagrados Raul Cortez, Floriano Peixoto e Ana Lúcia Torre no elenco. Foi nessa ocasião que ele tomara contato com o diretor Luiz Fernando Carvalho, que depois o convidou para partipar de Hoje é Dia de Maria.

Há mais de 30 anos nos palcos, com  participações expressivas no cinema e trabalhos singulares na TV, Nanego Lira revela que o eixo principal da sua Arte, o elemento mais instiganmte do seu ofício artístico, é o processo de construção do saber e da reflexão que isso enseja.

“Hoje o que mais me instiga a ir fazer um trabalho é eu perceber nesse trabalho que é possível contribuir com ele além desse trabalho de ator, além de ir lá e enprestar seu corpo, sua voz, sua alma para o trabalho. (Algo) Que possa participar, que possa ter abertura para diálogo, para a reflexão sobre o que se está fazendo. É isso é que mais me instiga mesmo”, diz Nanego, com a simplicidade e a convicção que lhe são características.