New York Times fala sobre fortalecimento de Michel Temer e ouve críticas de Cássio ao vice

O fortalecimento do vice-presidente Michel Temer (PMDB) foi assunto do jornal americano “The New York Times”. A publicação falou brevemente do perfil agregador, cauteloso e formal de Temer, sem deixar de citar a ocasião em que o peemedebista foi acusado por Antônio Carlos Magalhães de ter “pose de mordomo de filme de terror”. A publicação ainda ouviu o senador paraibano Cássio Cunha Lima (PSDB), que disse que Temer atirou Dilma ‘aos leões’.

O “New York Times” tratou da alta de Temer ante a crise que engloba o governo de Dilma Rousseff (PT): “Caso Dilma mantenha-se no poder ou caso seja derrubada, o vice está vendo sua influência crescer”, explica o texto. “Com alegações de corrupção vindo à tona quase a cada duas semanas, os brasileiros agora examinam a possibilidade de que dois dos quatro presidentes eleitos após o reestabelecimento da democracia não consigam terminar os seus mandatos”, disse o jornal, em referência ao senador e ex-presidente Fernando Collor, que renunciou para não sofrer um processo de impeachment, e à Dilma.

A reportagem também assinala as recentes declarações de Temer, segundo o qual o Brasil precisa de “alguém [que] tenha a capacidade de reunificar a todos”. A declaração recente intensificou a suspeita de que o vice esteja se preparando para assumir a Presidência. “Temer atirou a presidente aos leões quando disse que precisamos de alguém para reunificar o país”, declarou Cássio Cunha Lima.

O “New York Times” fez a ressalva de que nenhum testemunho indica que Dilma tenha se beneficiado do escândalo na Petrobras, mas reitera que as descobertas do esquema minam a sua gestão enquanto a reprovação da presidente aumenta. A reportagem cita a última pesquisa Datafolha, que aponta que apenas 8% dos brasileiros consideram o governo bom ou ótimo e que 66% dos entrevistados acham que o Congresso deveria abrir um processo de impeachment.

Enquanto isso, a base de apoio do governo vem sofrendo baixas no Congresso. O PDT anunciou o rompimento com o Planalto, e o PTB recentemente votou contra o governo em decisão que ameaça o ajuste fiscal.

Dos problemas enfrentados pela petista, é citada a decisão iminente do TCU (Tribunal de Constas da União), que julgará se Dilma usou indevidamente verba de bancos públicos para cobrir déficits orçamentários. Uma decisão contrária à presidente pode justificar a abertura de um processo formal de impedimento. Nesse caso, é Temer quem assume.

A reportagem também menciona o processo que corre no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para determinar se a campanha da reeleição da presidente usou doações ilegais. Nesse caso, a chapa Dilma-Temer seria derrubada, e a corte teria que escolher entre empossar na Presidência o segundo colocado nas eleições, Aécio Neves (PSDB) –mais improvável–, ou transferir o comando da nação para Cunha, com novas eleições em até 90 dias.

As informações são do jornal Folha de São Paulo.