Negras são as que mais sofrem violência; secretária lamenta violência contra mulheres: “são números de uma guerra”

No Brasil, 1 milhão e 600 mil mulheres foram espancadas ou sofreram algum tipo de violência. 22 milhões, 37,1%, sofreu algum tipo de assédio. 42% dos casos de violência acontecem dentro de casa. Dos 42%, 52% dessas mulheres não denunciaram o agressor e não procuraram ajuda por vergonha ou medo.

De acordo com o monitor da violência, 28 mulheres foram assassinadas em 2015 na Paraíba. Em 2016 foram 25, em 2017 o número diminuiu, sendo 22 casos. Já em 2018, houve um aumento para 34 e em 2019, 38 mulheres foram assassinadas.

No levantamento, mulheres negras foram as que mais sofreram violência, sendo 28,4%. As pardas registraram 27,5% e as brancas 24,7%.

A secretária de Estado da Mulher e da Diversidade Humana da Paraíba, Lídia Moura comentou sobre os dados da violência contra mulher na Paraíba e no Brasil.

“Esses números são de uma guerra e essa guerra é dentro de casa, isso é mais do que determinadas guerra, mais do que doenças como o câncer e mais que mortes de mulheres por acidente de trânsito, provavelmente. Nenhum governo resolve isso sozinho, nem o municipal, nem o federal, nem o estadual. A sociedade precisa se engajar”, lembrou.

“A maioria das mulheres que morrem não procuraram ajuda, não denunciaram”, afirmou a secretária.

Desde 9 de março de 2015, a legislação prevê penalidades mais graves para homicídios que se encaixam na definição de feminicídio – ou seja, que envolvam “violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher”. Os casos mais comuns desses assassinatos ocorrem por motivos como a separação.