Nada definido: Maranhão marca nova reunião para decidir destino do PMDB em JP

A expectativa ainda continua sobre quais caminhos o PMDB seguirá em João Pessoa nas eleições deste ano. De um lado tem Manoel Junior, presidente do diretório municipal, que defende a tese de apoiar a reeleição do prefeito Luciano Cartaxo (PSD). Do outro tem o incógnito José Maranhão, presidente do diretório estadual, que afirmou, após a reunião em sua residência, na noite desta segunda-feira (25) como todos os integrantes da Executiva Estadual, que nada está definido. Definição mesmo só no dia 30 de julho, data em que acordaram para realizar uma nova reunião para traçar horizonte peemedebista na Capital.

Além do senador José Maranhão, compareceram os deputados federais Manoel Júnior, Hugo Motta e Veneziano Vital do Rêgo, os deputados estaduais Olenka Maranhão, Nabor Wanderley e Raniery Paulino, o ex-deputado Vituriano de Abreu, o ex-governador Roberto Paulino, o tesoureiro do partido Antônio Souza e o presidente da Juventude do PMDB da Paraíba, Dihêgo Amaranto.

Manoel Júnior se mostrava firme, quase que inabalável. Quase. Ao sair da reunião, tentou ser generalista. “Discutimos a problemática de Cajazeiras, Antenor Navarro, Patos, Souza, Araruna, Campina Grande, Guarabira, enfim, fizemos uma análise de onde podemos ganhar eleição e aonde o partido optou em fazer alianças e principalmente onde elas estão sendo benéficas para o PMDB”.

Ele foi um dos primeiros a chegar na casa do senador, por volta das 15h30. Teve tempo suficiente para persuadir toda a Executiva Estadual para apoiar Cartaxo. Mas não é uma tarefa tão fácil assim. Apoiar o PSD em João Pessoa é caminhar lado a lado do PSDB, do senador Cássio Cunha Lima, alguém que muitos peemedebistas torcem o nariz. A exemplo de Veneziano Vital do Rêgo, que pretende ser candidato em Campina Grande, para enfrentar mais uma vez o grupo Cunha Lima; de Roberto e Raniery Paulino, que não se entendem com os Toscanos em Guarabira… e por aí vai.

Mas foi Maranhão quem não quis dar o veredicto naquele instante. Deixou para decidir apenas no próximo sábado, em mais uma reunião. “Nós discutimos toda essa problemática dos municípios paraibanos aonde o PMDB está disputando na cabeça da chapa ou onde simplesmente tem aliança com outros partidos. Com relação ao problema de João Pessoa, nós não fomos conclusivos. Nós vamos fazer outra reunião no dia 30 para definir em caráter terminativo essa questão”.

O senador pontuou, mais uma vez, que sempre quis que Manoel Júnior fosse candidato em João Pessoa e que, inclusive, pediu até o último instante para que não desistisse. Porém, com tal desistência e o diretório municipal, que por unanimidade, decidiu apoiar a reeleição de Cartaxo, ficou a dúvida de como fica a aliança do PMDB estadual com o governador Ricardo Coutinho (PSB).

“Eu acho que o PMDB marcha unido porque essa preocupação com alianças lineares nos Estados, na União e nos municípios, na prática, nunca existiram em partido nenhum. Tanto é assim que é só observar os grupos parlamentares. No governo de Michel Temer mesmo, o PSDB faz parte da base no Congresso e até tem participação nos ministérios”, apontou Maranhão, fazendo clara alusão entre a atual afinidade entre PMDB e PSDB em um plano nacional, o que não acontece na Paraíba. Ao menos ainda.

Quem saiu sorridente da reunião da noite desta segunda foi o senador Raimundo Lira. Foi ele quem primeiro defendeu a tese de que o PMDB deveria indicar a vice da pré-candidata Cida Ramos em João Pessoa, e em Campina Grande e Patos. Mas sobre essa tese, Maranhão deixou nas entrelinhas que ainda falta diálogo para que se torne realidade

“Eu acho que é uma tese interessante. Mas só como tese, porque até agora esse quadro não se formou. Eu conversei com Ricardo Coutinho, como sempre digo nas entrevistas, que falo com ele como chefe de um partido que o apoiou no segundo do turno das eleições e que não só apoiou, como decidiu a sua vitória”, disse.

Raimundo Lira, Olenka Maranhão e até mesmo Veneziano são da turma do PMDB que defendem que o melhor seria alianças com o PSB nas principais cidades do Estado. Como João Pessoa, a menina dos olhos do governador. E ao menos nesta reunião, Cartaxo tinha apenas uma só voz: Manoel Júnior. Quanto a essas pressões, Maranhão saiu pela tangente.

“Eu não posso responder pelo partido. Eu falo por mim mesmo. E não gostaria de avançar a minha indicação porque, nesse quadro eu sou o juiz, sou o presidente do partido. Só voto no empate. O jogo não terminou ainda”, concluiu.