Na capital, 60% dos restaurantes foram notificados pela Vigilância

Imagine sair de sua casa para poder fazer uma refeição em um restaurante, pensando estar consumindo um produto de boa qualidade. As chances disto acontecer em João Pessoa estão cada vez menos frequentes. Somente este ano, dos mil restaurantes cadastrados na Vigilância Sanitária da capital, 600 foram notificados e 5 interditados. As irregularidades mais comuns são precariedade da estrutura do ambiente, utensílios mal higienizados, ausência de uniformização dos manipuladores de alimentos e equipamentos de refrigeração mal regulados. Se for constatada a reincidência, as penalidades são aplicação de multas de até R$ 10 mil e interdição do estabelecimento.

Na manhã de ontem, o restaurante e pizzaria Flash, em Manaíra, foi interditado em uma fiscalização da Operação Saúde e Segurança do Consumidor, em parceria do Ministério Público da Paraíba (MPPB). Há alguns meses, o restaurante já havia sido notificado. Durante a fiscalização, foram encontrados alimentos mal acondicionados e estrutura irregular, como talheres e panelas amassados e enferrujados. “Dentro desse estabelecimento encontramos uma precariedade das condições sanitárias bastante acentuadas. Os alimentos estavam expostos de maneira inadequada, preparados no dia anterior e exposto à temperatura ambiente, alguns equipamentos sem a temperatura adequada de acondicionamento e alimentos vencidos e estragados”, relatou o gerente da Vigilância Sanitária de João Pessoa, Alberto dos Santos.

Os alimentos encontrados fora do prazo de vencimento e estragados neste restaurante foram presunto, molhos, conservas, carnes e peixes. Todo esse material foi apreendido e inutilizado no próprio local.De acordo com Alberto, para que volte a funcionar, os proprietários devem solicitar a desinterdição na Vigilância, para que se adequem às normas sanitárias. Depois, será realizada uma nova inspeção. Se for constatada a correção das irregularidades, será dada autorização para reabertura. Ainda ontem, também foram fiscalizados os restaurantes China Brasileiro, no bairro da Torre, e Tai-yuen, no Jardim Cidade Universitária. As irregularidades encontradas não foram motivo de interdição, mas receberam notificação, no qual foi dado um prazo para adequação sanitária. “Lá foram encontrados desratização não atualizadas, mau acondicionamento de água e produtos sendo guardados sobre o chão”, disse.

Fiscalizações

De acordo com Alberto dos Santos, gerente da Vigilância Sanitária de João Pessoa, 90% dos estabelecimentos notificados, corrigem as irregularidades. No caso de não cumprimento com a determinação dada pelo órgão, o valor da multa aumenta e o estabelecimento é interditado. “Nós temos um padrão muito bom em João Pessoa, mas ainda há aqueles que resistem e trabalham de maneira irregular. Cabe a nós fazer uma vigilância permanente. Mas, em caso de reincidência, a multa é maior e há mais rigorosidade no critério de reabertura”, explicou.

Ele afirma que as fiscalizações não são programadas, pois a programação possibilita mascaramento da realidade do estabelecimento.  “O elemento surpresa é fundamental. No caso do restaurante Flash, nós já fizemos em datas anteriores e já tinha sido notificado e dessa vez encontramos uma situação mais comprometedora do que antes”, afirmou. Os critérios para escolha dos estabelecimentos que serão submetidos à inspeção é a demanda de fluxo de clientes e localização estratégica do restaurante. “Tudo isso é dimensionado para a execução da fiscalização”, disse.

Colaboração Edilane Ferreira / Jornal A União