Mudança pode não ser efetiva, diz Sindipetro-PB sobre presidente da Petrobras

No 'F5', Omar Hamad explicou que a alta do preço da gasolina tem mais a ver com o monopólio das distribuidoras e a cobrança do ICMS

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado da Paraíba (Sindipetro-PB), Omar Hamad, não acredita que existirá uma mudança significativa no preço do combustível com a troca do dirigente da Petrobras, conforme foi anunciado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

Em entrevista ao programa ‘F5’, da 89 Rádio Pop, nesta sexta-feira (26), Omar Hamad explicou que a alta do preço da gasolina tem mais haver com o monopólio das distribuidoras e a cobrança do Imposto de Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).

“A gasolina é cara? É muito, mas existe o monopólio. 80% da distribuição está entre três distribuidoras. Tem que haver uma discussão mais aberta, porque os estados não querem ouvir falar em baixar o ICMS. O presidente não vai conseguir deixar mais de 90 dias sem a cobrança do ICMS. Ele está tomando uma medida emergencial, mas eu acho que não vai ter continuidade, porque a arbitragem do combustível internacional já está mostrando outros aumentos a qualquer tempo”, explicou.

Para o presidente do Sindipetro-PB, a mudança na gestão da Petrobrás trará reflexos prejudiciais para a economia do país.

“Então você não pode pegar uma empresa, maquiar ela ou interferir na gestão, ela vai estourar do outro lado. Então, a economia por sua vez vai estar prejudicada. Nós estamos bem longe de ser o país com o combustível mais caro, o problema é que o poder aquisitivo da população não condiz com o preço”, afirmou.

Crise na Petrobras

A crise entre Bolsonaro e a Petrobras se intensificou nas últimas semana, depois do anúncio de reajustes nos preços do diesel e da gasolina. Depois de avisar que faria mudanças, o presidente da República anunciou na noite da última sexta-feira a indicação de Joaquim Silva e Luna para a presidência da empresa. A escolha do governo, porém, precisa ser aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobras. O mandato de Castello Branco, atual presidente da Petrobras, se encerra em 20 de março.