MPT dá 24h para diretor do Samu explicar denúncia de profissionais sem EPIs

O Ministério Público do Trabalho na Paraíba enviou, nesta sexta-feira (17), uma Notificação Requisitória ao diretor-geral do Samu de Campina Grande, Carlos Alberto Figueiredo Filho para que, num prazo de 24 horas, preste esclarecimentos sobre denúncia de que médicos do serviço estariam trabalhando sem equipamentos de proteção individual (EPIs) e que alguns profissionais de saúde já teriam sido infectados pelo novo coronavírus.

De acordo com a notificação feita à direção do Samu, o não cumprimento das requisições do MPT no prazo estabelecido implicarão em responsabilidade civil e criminal. A ‘Notificação Requisitória’ foi assinada pela procuradora do Trabalho Marcela Asfóra.

A denúncia

Nesta sexta-feira (17), profissionais de saúde e médicos do Samu de Campina Grande divulgaram uma carta aberta à imprensa e à população da cidade. No texto, eles relatam condições precárias de atendimento diante da pandemia de Covid-19.

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“Nós, médicos do Samu desta cidade de Campina Grande, que como tantos outros profissionais de saúde (enfermeiros, fisioterapeutas, etc.) estão na linha de frente dessa pandemia que nos assola, estamos vulneráveis e desamparados. A situação é caótica! Não temos EPI’s suficientes para a equipe em campo de batalha, não dispomos de protocolo para os casos que já são positivos ou os que estão aguardando diagnóstico (…) Dispomos, outrossim, de condições insalubres cuja monta soma-se: 3 médicos afastados positivos para Covid-19 e 5 casos suspeitos aguardando resultado. Nesse universo de caos, alguns profissionais médicos são de risco e encontram-se afastados de suas atividades com sintomas respiratórios”, diz um trecho da denúncia que chegou ao MPT nesta sexta-feira.