MPPB pede arquivamento de ação contra Ricardo no caso Bruno Ernesto

O promotor de Justiça do Ministério Público da Paraíba (MPPB), Marcus Leite, pediu o arquivamento do inquérito que investigava uma possível participação do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) na morte do ex-servidor da Prefeitura de João Pessoa, Bruno Ernesto – que aconteceu em fevereiro de 2012.

O processo foi aberto após uma publicação da ex-primeira-dama do Estado, Pâmela Bório, ter afirmado que o crime teria sido encomendado. Os pais da vítima, Ricardo Figueiredo e Inês Ernesto, ingressaram então com a ação para saber se Ricardo poderia ter envolvimento com a morte do filho.

O promotor ressalta, no despacho, que o levantamento de depoimentos e provas não resultou na possibilidade de associar Ricardo com um possível envolvimento com o assassinato.

Uma das suspeitas era de que Bruno teria sido morto por “queima de arquivo”, já que na época ele prestava serviço na Prefeitura de João Pessoa, durante a gestão de Ricardo. Com isso, ele poderia ter conhecimento das possíveis irregularidades nos contratos para a prestação de serviço do Jampa Digital. Confira trechos do despacho do promotor:

MPF já havia descartado

Em maio de 2015, um despacho assinado pelo então Vice-Procurador-Geral da República, Bonifácio Andrada, e pelo Procurador Regional da República, Mauricio Gotardo Gerum, no âmbito do Ministério Público Federal (MPF), deixou claro que não havia evidências da participação de Ricardo Coutinho (PSB) no assassinato de Bruno Ernesto.

“Dos autos exsurge que, conquanto minuciosas as informações prestadas, que chegam, inclusive a revelar nomes e fatos concernentes a diversos crimes que já foram ou estão sendo investigados, não se percebe consistência suficiente nos fatos imputados à autoridade com prerrogativa de foro no Superior Tribunal de Justiça, visto que desamparados do mínimo de provas que o vinculem aos fatos criminosos. Não há, portanto, lastro suficiente que viabilize o início de uma investigação”, diz trecho do documento.

“Por esse motivo, promove o Ministério Público Federal o arquivamento dos presentes autos”, acrescenta o documento assinado pelos procuradores da república.

Vazamento de informações

Além da exploração política e midiática do caso, há a suspeita de vazamento de informações sigilosas da Justiça. Em março deste ano, uma ação contendo o nome do ex-governador como réu em um processo envolvendo este caso teve o nome de Ricardo revelado nas consultas – mesmo estando sob sigilo.

Há, ainda, suspeita de que advogados e jornalistas estejam por trás de uma rede de vazamentos com intuito de pressionar ações de agentes da Justiça, a fim de comprometê-los ou constrangê-los diante de decisões que envolvam o caso de Bruno Ernesto.