A 1ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde de João Pessoa, do Ministério Público da Paraíba (MPPB), acompanhada pelo Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM), realizou inspeção no Complexo de Pediatria Arlinda Marques, em João Pessoa, com a finalidade de fiscalizar irregularidades existentes e cumprir o calendário de inspeções ordinárias em unidades públicas de saúde na capital. A fiscalização ocorreu na manhã da última sexta-feira (17).
A promotora de Justiça Maria das Graças Azevedo Santos, acompanhada do diretor do CRM, João Alberto Morais, e mais outros dois fiscais da entidade, constatou superlotação nos setores da recepção do Ambulatório e da Urgência, além de detectar que o Setor de Estabilização do hospital estava sendo utilizado como uma UTI improvisada, por falta de vagas na Unidade de Terapia Intensiva da unidade hospitalar.
Ainda na inspeção, foi constatada, durante a troca de pacientes entre os setores, que havia falta de materiais básicos de higienização para os profissionais. Na ocasião, ela foi informada pela chefe do setor que alguns setores do hospital não são credenciados no Ministério da Saúde e não recebem a contrapartida financeira do Sistema Único de Saúde (SUS).
Outro setor inspecionado pela equipe foi um dos Ambulatórios da Urgência, onde a médica pediátrica do setor revelou a dificuldade em gerenciar a demanda reprimida para internação, justificando que, por questões éticas, não poderia prescrever a alta médica por falta de vagas. O mesmo problema acontece também no Consultório da Cirurgia.
O mais agravante durante a inspeção foi a visita ao Bloco Cirúrgico, onde o cirurgião pediátrico de plantão informou que diariamente cirurgias são canceladas devido aos três leitos de cirurgias existentes no complexo serem insuficientes, principalmente após o ingresso de procedimentos ortopédicos, neurocirúrgicos e cardíacos, tendo os profissionais das diferentes especialidades que dividir as agendas para realizar as intervenções em horários diferentes.