MPF processa Sikêra Jr. após ofensa a gays e pede indenização de R$ 10 milhões

No programa, o apresentador reuniu seus assistentes e os colocou enfileirados para cantar uma música em que se referia aos gays como uma corja desgraçada

Após falas homofóbicas, Sikêra perde conta no Instagram e 37 patrocinadores
Sikêra Júnior - Foto: Reprodução/ RedeTV!

Sikêra Jr. voltou a xingar gays de “corja desgraçada” em seu programa na RedeTV! e novamente entrou na mira do Ministério Público Federal, que processou o apresentador do Alerta Nacional e pede uma indenização de R$ 10 milhões por danos morais à toda comunidade LGBTQIA+. A ação foi protocolada na quarta-feira (7), em Porto Alegre (RS).

No programa exibido em 26 de novembro, Sikêra reuniu seus assistentes de programa e os colocou enfileirados para cantar uma música em que se referia aos gays como uma corja desgraçada. Tudo isso porque ele ficou irritado com a HQ em que o novo Superman, filho de Clark Kent, se revelou bissexual e aparece beijando outro personagem em um desenho.

Na música, ele ainda associa os membros da comunidade LGBTQIA+ ao crime de pedofilia, e diz que os gays são os responsáveis por tirarem a inocência das crianças.

Sikêra não é o único réu na ação, assinada por Enrico Rodrigues de Freitas e Fabiano de Moraes, ambos procuradores da República. Eles colocam a RedeTV! como igualmente responsável pelo fato, já que conta com 44 estações afiliadas e 600 retransmissoras em todo o território brasileiro, ampliando não somente o alcance da mensagem preconceituosa, como também os lucros que obteve com anúncios por conta disso.

A terceira ré no processo é a União Federal, acusada pelo Ministério Público de fazer vistas grossas na disseminação de preconceito por parte do apresentador, quando deveria fiscalizar o uso da concessão pública, que jamais deveria servir de espaço para a propagação de mensagens de ódio.

Além dos R$ 10 milhões exigidos pelo MPF, também é pedido que a RedeTV! retire a íntegra do programa de 26 de novembro das redes sociais e site oficial e uma condenação de Sikêra à retratação, obrigando que ele use exatamente o mesmo tempo no ar para pedir desculpas por seu erro.

Também pede para que a RedeTV! e a União Federal implementem medidas e mecanismos de prevenção e fiscalização dos direitos e princípios constitucionais, impedindo que se façam novas ofensas à comunidade LGBTQIA+, assim como campanhas contra a discriminação racial e contra os membros da minoria afetada pelo apresentador, a serem exibidas inclusive no mesmo horário do Alerta Nacional.

A coluna vai poupar você, caro leitor, de ver o vídeo em que Sikêra comete a atrocidade em seu programa. Mas leia a letra da música para ter uma noção da enorme bobagem que ele obrigou sua equipe a cantar e dançar ao vivo:

“O mundo tá bagunçado, tá de cabeça pra baixo, no banheiro da menina pode entrar macho. Agora o Super-Homem tá derretendo o anel. E quem também entrou na onda foi Papai Noel. Mas a intenção dessa corja desgraçada é tirar a inocência da nossa criançada. Não vem com esse papo de ideologia. Vai se lascar pra lá com a sua pedofilia”. Lamentável.

Do IG