MPF pede explicação a PRF sobre medidas contra manifestações bolsonaristas nas BRs

Desde a noite de domingo (30), quando foi anunciada a vitória de Lula, caminhoneiros e apoiadores de Jair Bolsonaro fecharam estradas

O Ministério Público Federal pediu explicações ao diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) sobre as ações adotadas para debelar as manifestações que bloqueiam rodovias pelo país.

Desde a noite de domingo (30), quando foi anunciada a vitória de Lula, caminhoneiros e apoiadores de Jair Bolsonaro fecharam estradas. Na maior parte dos estados, os bloqueios são totais, atrapalhando não só o trânsito rodoviário, mas também dos municípios cortados pelas rodovias.

Desde o bloqueio, a PRF praticamente não agiu para debelar os manifestantes. Em nota, a corporação diz que pediu à Advocacia-Geral da União para que entrasse com pedidos na Justiça Federal, em busca de ordens que proibissem a interdição das estradas.

No entanto, conforme mostrou o Bastidor, a AGU disse que isso é desnecessário, pois já emitiu pareceres favoráveis à PRF agir sem ter de pedir ordens judiciais. Os documentos foram produzidos durante a greve dos caminhoneiros de 2018.

Também foram encaminhados ofícios aos 27 procuradores regionais do MPF, para que abram apuração sobre a conduta de policiais rodoviários federais. O objetivo é analisar se houve omissão ou facilitação por parte deles para que os protestos ocorressem.

Até agora, foram registrados pouquíssimos confrontos entre a PRF e manifestantes para liberar a passagem de veículos nas rodovias. Em nota, a corporação diz que os agentes estão negociando a liberação das estradas.

Ainda no domingo, a PRF foi alvo de intensas críticas, por realizar uma série de operações de fiscalização contra ônibus usados no transporte público gratuito de eleitores, atrasando a ida de muitos às urnas. A maior parte das ações foi realizada em estados do Nordeste, onde Lula apresentou grande vantagem sobre Jair Bolsonaro.

Isso fez com que as operações fossem consideradas como atos políticos da PRF. O diretor-geral, Silvinei Vasques, precisou ir até o Tribunal Superior Eleitoral convencer o presidente da Corte, Alexandre de Moraes, de que as ações foram legais. Em entrevista durante a tarde, o ministro afirmou que nenhum eleitor deixou de votar por causa do trabalho dos policiais.