MPF convoca servidor para explicar uso de moto para transportar toneladas de lixo

O Ministério Público Federal (MPF) convocou um servidor da Prefeitura de João Pessoa para explicar porque a gestão do prefeito Luciano Cartaxo (PSD) utilizou motos para o transporte do material retirado de dentro da Lagoa durante as obras do Parque da Lagoa.

A data do depoimento do servidor ainda será agendada, provavelmente para este mês. De acordo com movimentação do inquérito no MPF, o depoimento do servidor é para confirmar a versão de que o encarregado de fazer anotações nos veículos, que teria errado as letras e por isso os veículos consultados seriam motos.

Os inquéritos instaurados apuram suposto desvio de recursos na ordem de R$ 10 milhões nas obras. Desde abril do ano passado que a Polícia Federal investiga, em três inquéritos, possíveis irregularidades na obra do Parque da Lagoa. Toda a investigação está sob sigilo.

As investigações são por conta da construção do Túnel, desassoreamento do local e construção do muro de contenção da Lagoa. O delegado da Polícia Federal, José Juvêncio de Almeida Neto, está à frente das investigações.

Os secretários de Infraestrutura, Cássio Andrade; o de Articulação Política, Zennedy Bezerra; e o ex-secretário de Planejamento, Rômulo Polari, já foram depor assim como os responsáveis e engenheiros do aterro sanitário metropolitano, e das empresas Compecc e JGA.

As suspeitas sobre irregularidades da obra existem desde que a Prefeitura de João Pessoa anunciou que retirou de dentro da Lagoa mais de 200 mil toneladas de lixo, mas na semana passada uma pessoa que resolveu nadar do local conseguia caminhar com água abaixo da cintura.

A Controladoria Geral da União já tinha apontado um superfaturamento de R$ 10 milhões no serviço de desassoreamento do local, além do enigma em torno de onde foi depositado essa quantidade de material equivalente à produção de lixo do país em um dia.