MPF cobra explicações do Telegram após mensagem contra PL das Fake News

Órgão cobra, por exemplo, nomes e endereços eletrônicos dos responsáveis pela elaboração da mensagem e pela decisão que autorizou o seu impulsionamento

O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo enviou ofício hoje (9) ao Telegram cobrando explicações da plataforma após o disparo em massa, pela própria empresa, de uma mensagem com críticas ao chamado PL das Fake News. O texto diz que a proposta vai “acabar com a liberdade de expressão”.

O MPF está cobrando os nomes e endereços eletrônicos dos responsáveis, dentro do Telegram, pela elaboração da mensagem e pela decisão que autorizou o seu impulsionamento.

O órgão também solicita ofício exige que a empresa liste os motivos pelos quais a mensagem foi impulsionada a todos os usuários da plataforma, e não apenas aos que estão inscritos no canal de notícias do próprio Telegram;

A Procuradoria também quer saber se o Telegram permite, ou não, medida de contraditório em face ao posicionamento da plataforma ou se o comunicado foi unilateral, sem possibilidade de questionamento.

O MPF questiona ainda se o Telegram disponibiliza o mesmo canal para que outros atores enviem mensagens ou se os textos encaminhados são apenas e tão somente conteúdos de interesse da empresa

O prazo de resposta é de até dez dias.

Telegram ligou PL das Fake News a “censura”

Telegram diz que, se aprovada, lei vai “acabar com a liberdade de expressão”. “O PL 2.630/2020 dá ao governo poderes de censura sem supervisão judicial”, diz a mensagem enviada pela plataforma e publicada em outras redes sociais, como o Twitter.

Rede pede que usuários entrem em contato com seus deputados, e que projeto “matará a internet moderna”. “Para os direitos humanos fundamentais, esse projeto de lei é uma das legislações mais perigosas já consideradas no Brasil.”

Ministro diz que “medidas legais serão tomadas”. Paulo Pimenta, titular da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), afirmou que a plataforma está desrespeitando as leis brasileiras e faz publicidade mentirosa. “Empresa estrangeira nenhuma é maior que a soberania do nosso país”, escreveu.

Pasta criticou mensagem. “Ação abusa do poder econômico e explora a confiança do usuário para defesa de interesses corporativos próprios”, disse o secretário de Políticas Digitais da Secom, João Caldeira.

O UOL entrou em contato com o Ministério da Justiça e tenta falar com o representante do Telegram no Brasil. Caso haja resposta, o texto será atualizado.