Motoristas decidem em assembleia que proposta de reajuste será de 12%

Durante assembleia geral realizada, em dois momentos, nesta quinta-feira (18), os motoristas e profissionais afins que atuam no sistema de transporte da capital, decidiram reduzir a solicitação de reajuste salarial de 14% para 12%. Os profissionais se reuniram às 8h e às 18h, na sede do Sindicato dos Motoristas Profissionais da PB, na Beira Rio, em João Pessoa, sob a coordenação do presidente da entidade, Antônio de Pádua. Durante realização da primeira mesa redonda entre patrões e empregados, no último dia 17, não houve acordo entre as partes e nova negociação deve acontecer até o dia 29 de julho, na sede da Superintendência Regional do Trabalho na Paraíba.

Além de deliberarem sobre o percentual de reajuste salarial, os empregados das empresas de transporte da capital também avaliaram outros pontos da pauta de reivindicação do acordo coletivo 2015/2016, a exemplo do Plano de Saúde, do Ticket Alimentação e do aumento do atual percentual que percebe o motorista que também cobra passagens de 2% para 3%. Esse percentual é calculado sobre o apurado total do ônibus, durante a jornada de trabalho do motorista/cobrador.

O presidente do Sindicato dos Motoristas, Antônio de Pádua, tem uma expectativa de fechar a negociação sem a necessidade de deflagração de greve. “Em João Pessoa, temos conseguido usar o bom senso para fechar  um acordo que dê um ganho real para os trabalhadores sem onerar exorbitantemente o custo das empresas e apesar do atual momento, esperamos conseguir avançar nas negociações com a classe patronal”, argumenta Pádua.

Segundo o diretor institucional do Sindicato das Empresas de Transportes Coletivos Urbanos da capital (Sintur-JP), Mário Tourinho, a contra proposta de 4% dos empresários do setor já representa um esforço além das condições do empresariado, tendo em vista o desequilíbrio econômico-financeiro pelo qual passam todas as empresas de ônibus da capital, especialmente em face da defasagem tarifária existente. “A tarifa técnica calculada pela SEMOB quando da última recomposição tarifária, apontava um valor de R$ 2,52, e mesmo assim a Prefeitura reduziu esse valor para       R$ 2,45”, argumenta Mário.

O representante do Sintur-JP também chama atenção para o fato de cidades similares a João Pessoa, como Aracaju e Maceió, terem tarifas maiores que a da capital paraibana, desde o ano passado. Em Aracaju, por exemplo, o valor é de R$ 2,70, enquanto que em Maceió é R$ 2,75 desde começo deste ano.  Atualmente, os motoristas da capital recebem uma remuneração de R$ 1. 650,00 mais 22% de ticket alimentação. A folha de pessoal é o maior custo operacional do sistema de transporte, seguido das despesas com  combustível.