Um dia após a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) postou uma foto do ano passado abraçado com o ex-juiz da Lava Jato. Bolsonaro citou a Vaza Jato e disse que enquanto partidos e o STF (Supremo Tribunal Federal) pressionavam Moro, ele estava abraçado com ele.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 25, 2020
Em resposta, Moro postou uma matéria, mostrando que também teria apoiado Bolsonaro, no caso das investigações da morte da vereadora Marielle Franco e afirmou que preservar a Polícia Federal não é uma questão de relacionamento pessoal.
Sobre reclamação na rede social do Sr.Presidente quanto à suposta ingratidão:também apoiei o PR quando ele foi injustamente atacado.Mas preservar a PF de interferência política é uma questão institucional,de Estadode Direito,e não de relacionamento pessoal https://t.co/I5HD9uhTj9
— Sergio Moro (@SF_Moro) April 25, 2020
A Vaza Jato é o nome dado às reportagens divulgadas pelo The Intercept Brasil com parceria de veículos de imprensa, como o UOL, que revelaram trocas de mensagens entre Moro e procuradores da Lava Jato, durante as investigações. As reportagens motivaram partidos políticos a pediram a queda do então ministro da Justiça.
Bolsonaro e Moro romperam definitivamente ontem, após ambos trocarem acusações em pronunciamentos. Durante o discurso que fez no Palácio do Planalto, o presidente disse que sempre “abriu o coração” para Moro, mas não poderia dizer o mesmo do ex-juiz da Lava jato. O presidente está no Palácio da Alvorada e não tem compromissos oficiais na agenda de hoje (25).
Moro acusou Bolsonaro de determinar a troca do diretor-geral, Maurício Valeixo, para poder interferir politicamente na Polícia Federal para ter acesso a relatórios e investigações da corporação. Bolsonaro negou que quisesse acesso às investigações e disse que tem prerrogativa para trocar o comandante da PF.
Na noite de ontem, o presidente escolheu o novo número um da PF, Alexandre Ramagem, que estava na direção-geral da Abin
O Jornal Nacional, da Rede Globo, divulgou ontem mensagens trocadas pelo ministro Moro com Bolsonaro que seriam provas das acusações contra o presidente.
Em meio ao tiroteio de acusações, Bolsonaro disse que Moro queria condicionar a troca de Valeixo a sua indicação a vaga do decano do STF (Supremo Tribunal Federal), Celso de Mello, que se aposentará este ano. Moro negou a afirmação em um tweet.
Do Uol.