Moro ironiza documentário e diz: “Agora não pode mais prender jornalista”

O ministro da Justiça Sergio Moro participou do Pânico de hoje, na rádio Jovem Pan e, durante uma brincadeira com o jornalista André Marinho, disse, com ironia: “Agora não pode mais prender jornalista”.

A afirmação surgiu depois que Marinho fez uma pergunta imitando o tom de voz e o sotaque o ex-juiz, que questionou brincadeira.

“Eu não falo assim não hein”, disse. “Espero que você não me dê voz de prisão, ministro”, Marinho respondeu. Foi quando Moro soltou, sorrindo: “Agora tem a Lei de Abuso de Autoridade, não pode mais prender jornalista né”.

Na semana passada, o jornalista Glenn Greenwald, do jornal The Intercept Brasil, foi denunciado pelo Ministério Público por supostamente ter auxiliado, incentivado e orientado a invasão de celulares de autoridades brasileiras.

Glenn foi um dos responsáveis por publicar mensagens entre Moro e o procurados da Lava Jato Deltan Dallagnol em junho de 2019, no caso que ficou conhecido como Vaza Jato.

A única menção direta de Moro a Glenn Greenwald aconteceu quando um dos jornalistas mencionou o nome do norte-americano e o ministro comentou que ele teria sido “barrado” em sua entrevista no Roda Viva, na semana passada.

Mais tarde, após o intervalo, Moro explicou que era uma brincadeira e que ele não sabe se Glenn foi de fato barrado pela produção do programa.

“Imprensa crítica”

No programa, o ministro fez uma crítica sutil à imprensa, que, segundo ele, ignora dados relevantes de sua pasta.

Ao contar que abriu uma conta no Instagram incentivado pela esposa — “fui quase coagido por ela” —, ele explicou que é uma forma acessível de falar sobre seu trabalho no Ministério da Justiça.

“A imprensa faz seu trabalho, claro, mas às vezes não dá muita importância a dados positivos da Segurança Pública e de outras áreas. É papel dela, mas às vezes é um pouco crítica demais”, afirmou.

Democracia em Vertigem

Moro também ironizou o documentário Democracia em Vertigem, da cineasta Petra Costa, indicado ao Oscar deste ano na categoria Melhor Documentário.

Questionado sobre o relógio do Juízo Final, que na última sexta-feira (24) foi ajustado para ficar mais perto do fim do mundo, ele respondeu: “Onde fica o relógio eu não sei, mas vai sair um documentário sobre isso e pode concorrer ao Oscar”.

Democracia em Vertigem mostra bastidores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, rival política de Bolsonaro, e narra a ascensão e queda do PT no governo, tudo da perspectiva pessoal da diretora.

Sergio Moro disse que assistiu ao documentário “por curiosidade” e afirmou que Petra Costa foi “honesta” ao declarar seu apoio ao PT no filme.

“A cineasta é bastante honesta no começo quando ela fala ‘eu sou petista e o Lula é meu herói’. E o filme segue nessa toada”, falou. “Tem alguns fatos ali que não correspondem à realidade, mas fui ver por curiosidade”. As informações são do UOL.