Moradores denunciaram ao Paraíba Já o descaso em que se encontra a obra de urbanização da Comunidade Maria de Nazaré, localizada nos Funcionários III, em João Pessoa. O projeto é uma parceria entre a Prefeitura de João Pessoa (PMJP) e o Governo Federal, onde consta na placa do local o prazo de 365 dias para a entrega. A obra está orçada em R$10.818.024,33, sendo 5% da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) e 95% Orçamento Geral da União (OGU). Esse projeto iria beneficiar 1.150 famílias que residem na comunidade, mas não avança e a população pede mais agilidade da prefeitura de João Pessoa.
O projeto apresenta uma urbanização integrada com a ampliação de vias de acesso, pavimentação e drenagem, esgotamento sanitário, contenções, criação de áreas de convivência, como praças, além da reconstrução e construção de unidades habitacionais, mas de acordo com um dos representantes do bairro e candidato a vereador pelo PT, Luiz Costa, existe apenas o ‘esqueleto’ no local, adiando o sonho dos moradores da comunidade de terem melhores condições de vida.
“Agra, no início de sua gestão, conseguiu realocar 40 famílias que estavam na zona de risco. Luciano Cartaxo, desde o início de sua gestão, só conseguiu tirar 40 famílias. Tem lá uns esqueletos dos apartamentos há mais de dois anos e ele não consegue entregar, porque não fez os calçamentos, nem fez a parte de drenagem, nem a parte do esgotamento sanitário. A única coisa que ele fez nesses três anos foi tirar 40 famílias. O que Agra fez em três meses, ele fez em três anos”, reclamou Luiz Costa.
Ele afirmou que 600 famílias aguardam a entrega da obra e que já tentaram pedir a mudança da construtora responsável para resolver a lentidão na execução, já que trabalham apenas 6 funcionários no local e afirma que o local onde está sendo feita a estação elevatória foi imposta aos moradores, e fica em frente ao local onde os moradores praticam esportes, dificultando o acesso ao lazer e destaca as más condições do local.
“A comunidade sempre discutiu com a gestão a possibilidade da troca dessa construtora porque ela não executa a obra, não justifica há mais de quatros e não concluir. Se você for lá agora tem dois funcionários trabalhando na estação elevatória, que está sendo feita no local onde a população não aceitou, está sendo imposta a população, em frente ao campo de futebol que está em situação precária, abandono total”, desabafou.
Luiz contou que o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo teria dado entrevista divulgando a entrega da obra, mas que na ocasião estava sendo entregue apenas as 40 moradias das famílias que foram realocadas.
“O prefeito entregou 40 casas em maio do ano passado, mas em sua entrevista disse que estava entregando ruas calçadas, que estava beneficiando 3 mil famílias, nem a parte da geografia da cidade ele conhece. Ele foi na obra enquanto era pré-candidato, depois não voltou mais lá. Pedi até pra tirarem essa matéria, mas não tiraram”, afirmou.
Ele questionou o motivo que leva a prefeitura de João Pessoa a não mudar a construtora responsável e aponta um relatório da Controladoria Geral da União (CGU).
“A partir da gestão de Cartaxo a coisa só parou. O projeto foi colocado no papel, foi aprovado, o dinheiro está na caixa. Ninguém entende por que essa gestão não usou as ferramentas que têm na administração para trocar essa construtura. Tem o relatório da CGU que questionou e a prefeitura disse que era culpa da comunidade”, declarou.
Dona Eunice Silva lamenta a demora e espera que o sonho de ter sua comunidade em boas condições se realize logo. “Olha, eu espero que eu consiga ver esse negócio sendo entregue. A gente espera há tanto tempo”, desabafou.
Elias Virgínio destacou a importância da obra para a comunidade, mas questiona a demora. “A gente espera faz tempo, não sei porque essa demora toda, aí fica tudo parado aí e a gente nem sabe se vai receber as casas. Vamos esperar, né?”
A reportagem entrou com contato com a Secretaria de Habitação Social de João Pessoa, mas até o horário da publicação, não houve resposta.
