Ministro da Defesa, Braga Netto anuncia novos comandantes das Forças Armadas

O novo ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto, anunciou nesta quarta-feira (31) os novos comandantes das Forças Armadas:

  • Exército: general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira;
  • Marinha: almirante de esquadra Almir Garnier Santos;
  • Aeronáutica: tenente-brigadeiro do ar Carlos Baptista Junior.

Leia mais abaixo os perfis dos três novos comandantes das Forças Armadas.

Os três vão substituir Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Moretti Bermudez (Aeronáutica).

A saída de Pujol, Barbosa e Bermudez foi anunciada nesta terça (30) pelo ministério, por meio de uma nota divulgada à imprensa.

O anúncio aconteceu um dia após Fernando Azevedo e Silva ter deixado o cargo de ministro da Defesa e ter sido substituído por Braga Netto, que até então chefiava a Casa Civil.

Esta foi a primeira vez desde 1985 que os comandantes das três Forças Armadas deixaram o cargo ao mesmo tempo sem ser em período de troca de governo.

Conforme o colunista do G1 e da GloboNews Gerson Camarotti, a escolha do general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira para o cargo de novo comandante do Exército foi recebida na força como uma sinalização de continuidade da gestão do general Edson Pujol.

Influência nos quartéis

Segundo o Blog do Camarotti, a saída de Fernando Azevedo e Silva, nesta segunda (29), foi recebida com preocupação por integrantes da ativa e da reserva das Forças Armadas e como algo além de uma troca para acomodação de espaços no primeiro escalão do governo.

Ao colunista, um general da reserva enxergou o movimento como um sinal de que o presidente Jair Bolsonaro deseja ter maior influência política nos quartéis.

Em novembro do ano passado, o então comandante do Exército, Edson Pujol, afirmou que os militares não querem “fazer parte da política, muito menos deixar a política entrar nos quartéis”.

Na ocasião, o vice-presidente Hamilton Morão, também general quatro estrelas da reserva, reforçou a posição de Pujol.

Democracia

Durante o anúncio dos novos comandantes, nesta quarta, o ministro Braga Netto afirmou que as Forças Armadas se mantêm “fiéis” às missões de defesa da pátria, da garantia dos poderes constitucionais e das liberdades democráticas.

“Os militares não faltaram no passado e não faltarão sempre que o país precisar. A Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira se mantêm fiéis as suas missões constitucionais de defender a pátria, garantir poderes constitucionais e as liberdades democráticas”, afirmou.

Braga Netto disse ainda ser preciso destacar o desafio que o Brasil enfrenta no combate à Covid-19.

“Todo o governo federal e os poderes da República têm mobilizado seus esforços e energias para o enfrentamento dos impactos desta epidemia”, declarou.

Quem são os novos comandantes

Saiba abaixo quem são os novos comandantes das Forças Armadas:

  • Exército

O general de Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira era o chefe do Departamento-Geral de Pessoal do Exército. Nascido em Iguatu (CE), tem 62 anos de idade. Ele concluiu a Academia Militar das Agulhas Negras na arma de artilharia em 1980.

O Departamento-Geral de Pessoal responde, entre outros serviços, pelo serviço de saúde do Exército, administração de dados, assistência religiosa, serviço militar, assistência social e movimentações e demissões.

Segundo o Exército, foi adido de Defesa na embaixada do Brasil no México e, como general, entre outros postos, foi chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Oeste; comandante da 16ª Brigada de Infantaria de Selva (AM); chefe do Estado-Maior do Comando da Amazônia; comandante logístico do Hospital das Forças Armadas; e comandante Militar do Norte.

  • Marinha

O almirante de esquadra Almir Garnier Santos era o secretário-geral do Ministério da Defesa (segundo cargo na hierarquia da pasta). Nascido no Rio de Janeiro, tem 60 anos de idade. Concluiu o curso da Escola Naval em 1981, na primeira colocação do Corpo da Armada.

Como tenente, serviu na Fragata União, na Fragata Independência e no Navio -Escola Brasil. Segundo a Defesa, tem mestrado em Pesquisa Operacional e Análise de Sistemas na Naval Postgraduate School nos EUA; MBA em Gestão Internacional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e Curso de Política e Estratégia Marítima da Escola de Guerra Naval. Como almirante, comandou o 2º Distrito Naval por dois anos.

  • Aeronáutica

O tenente-brigadeiro Baptista Junior, natural do Rio de Janeiro, era o comandante-geral de Apoio da Aeronáutica. Antes, foi chefe de Operações Conjuntas do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do Ministério da Defesa.

Baptista Junior é filho do ex-comandante da FAB Carlos de Almeida Baptista, que chefiou a Força de 1999 a 2003, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Segundo a FAB, Baptista Junior ingressou na Aeronáutica em 1975 e foi promovido a tenente-brigadeiro em 2018. Possui cerca de 4 mil horas de voo, sendo 2.200 horas em aeronaves de caça.

O brigadeiro também comandou a Base Aérea de Fortaleza; foi adjunto do adido de Defesa e Aeronáutica nos Estados Unidos; comandante do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro; diretor da Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico e vice-chefe do Estado-Maior da Aeronáutica.

Como foi a escolha dos comandantes

Segundo o Ministério da Defesa, Bolsonaro escolheu:

  • para o Exército: o terceiro general na lista de antiguidade;
  • para a Marinha: o segundo almirante na lista;
  • para a Aeronáutica: o mais antigo na lista.

Do G1.