João Pessoa, conhecida por sua qualidade de vida e belezas naturais, apareceu como uma das capitais mais desiguais do Brasil, segundo os dados do IBGE. Porém, é crucial, analisar esses números sob um prisma mais amplo, levando em conta os fatores que impactam esse cenário e as medidas adotadas pelo poder público para enfrentar as disparidades sociais.
Primeiramente, vale ressaltar que o aumento da desigualdade em João Pessoa não é um fenômeno isolado nem exclusivamente fruto das ações – ou falta delas – públicas. A cidade viveu, na última década, uma migração significativa de pessoas de fora do estado, muitas delas com elevado poder aquisitivo. Esses novos moradores, atraídos pela qualidade de vida da capital e pelo crescimento de investimentos imobiliários, impactaram diretamente os indicadores de renda, aumentando a distância entre os mais ricos e os mais pobres.
Outro ponto relevante é que não deve ser analisada sem considerar a questão regional. Comparar a capital paraibana com Recife, por exemplo, exige uma análise mais cuidadosa. O crescimento econômico de Pernambuco nos últimos anos foi impulsionado por investimentos industriais de grande porte, financiados por políticas federais e estaduais robustas. Em contrapartida, João Pessoa, com seu foco em serviços e turismo, enfrenta limitações estruturais que dificultam uma redução mais acelerada do índice de Gini.
A Prefeitura de João Pessoa, por exemplo, tem mostrado empenho em enfrentar esses desafios. Desde o início da gestão, Cícero Lucena implementou programas que buscam reduzir as desigualdades e garantir qualidade de vida à população mais vulnerável. Investimentos em saúde, educação e infraestrutura urbana são pilares dessa estratégia. Além de buscar atrair investimentos que gerem empregos para os pessoense. Programas como o “Eu Posso” têm estimulado o pequeno empreendedorismo, ajudando famílias a conquistar renda própria. A integração de políticas de geração de renda com programas sociais visa garantir que os mais humildes tenham oportunidades reais de ascensão.
O debate sobre a desigualdade em João Pessoa deve, portanto, ser mais profundo e justo. A concentração de renda é um reflexo de um cenário mais amplo e de séculos, e a resposta para reduzi-la exige tempo, comprometimento e o alinhamento de esforços em diferentes esferas de governo. É preciso avaliar o futuro com responsabilidade, combatendo a desigualdade não apenas com críticas, mas com diálogo, planejamento e ações efetivas que promovam uma João Pessoa mais justa e inclusiva para todos.