Microsoft faz alerta sobre tecnologia de reconhecimento facial

A tecnologia de reconhecimento facial já está sendo usada por muitas empresas e como justificativa maior, garantir maior segurança. Na China, por exemplo, mais de 200 milhões de câmeras estão instaladas com sistema de reconhecimento facial.

A AI Now é um grupo afiliado à New York University, que possui como membros funcionários de empresas de tecnologia, incluindo Google e Microsoft. Em um artigo recente, publicado na quinta-feira (6), o grupo solicita aos governos que regulem o uso da inteligência artificial e tecnologias de reconhecimento facial antes que possam infringir as liberdades civis básicas.

Confira os que os autores dizem:

“Reconhecimento facial e reconhecimento de afeto precisam de regulamentação rigorosa para proteger o interesse público. Tal regulamentação deve incluir leis nacionais que exijam supervisão forte, limitações claras e transparência pública. As comunidades devem ter o direito de rejeitar a aplicação dessas tecnologias em contextos públicos e privados. Um mero aviso público de seu uso não é suficiente, e deve haver um alto limiar para qualquer consentimento, dados os perigos da vigilância em massa opressiva e contínua.”

Os pesquisadores da AI Now estão bastante preocupados com o chamado “reconhecimento de afeto”, que tenta reconhecer o afeto das pessoas.

“Não há mais a questão de saber se há problemas com a responsabilidade”, disse Meredith Whittaker, co-fundador da AI Now.

Brad Smith, presidente da Microsoft, falou sobre tais preocupações em um discurso na Brookings Institution:

“Acreditamos que é importante que os governos em 2019 comecem a adotar leis para regulamentar essa tecnologia. O gênio do reconhecimento facial, por assim dizer, está emergindo da garrafa. A menos que ajamos, corremos o risco de acordar daqui a cinco anos para descobrir que os serviços de reconhecimento facial se espalharam de maneiras que exacerbam os problemas da sociedade. Nessa altura, estes desafios serão muito mais difíceis de recuperar.

Em particular, não acreditamos que o mundo será melhor servido por uma corrida comercial até o fundo, com as empresas de tecnologia forçadas a escolher entre responsabilidade social e sucesso de mercado. Acreditamos que a única maneira de proteger contra essa corrida até o fim é construir um piso de responsabilidade que suporte a concorrência saudável do mercado. E um piso sólido exige que garantamos que essa tecnologia, e as organizações que a desenvolvem e usam, sejam regidas pelo estado de direito.”

O tema, claro, deve gerar ainda mais assunto e uma preocupação mundial caso o uso do reconhecimento facial seja usado de modo indiscriminado.